Todos os anos a China importa 54 milhões de toneladas de soja. Pelo menos 18% deste volume sai do Brasil. Esta demanda deve crescer nos próximos anos. A estimativa da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja) é de que em uma década os chineses estejam importando 100 milhões de toneladas do grão. O que abre espaço para que as exportações da soja brasileira avancem significativamente.
Mas para conseguir atender este mercado crescente será preciso investir em logística, que hoje é reconhecidamente um dos principais entraves do setor. O presidente da Aprosoja, Glauber Silveira, liderou uma comitiva de Mato Grosso que permaneceu duas semanas na China. Ele explica que, enquanto no Brasil os agricultores gastam em média US$ 100 para transportar uma tonelada de soja por uma distância de 1,4 mil quilômetros, os chineses pagam apenas US$ 35 pelo mesmo serviço.
E é justamente o avanço na infraestrutura uma das perspectivas da classe produtora. Além da estimativa de ampliar a relação comercial com o mercado chinês, a Aprosoja trouxe na bagagem a confirmação de que empresários do país asiático querem investir na melhoria logística de Mato Grosso. Nos próximos 30 dias, a entidade deve elaborar um documento para firmar esta parceria com os chineses.
? Queremos elaborar um termo de cooperação para reforçar esta parceria. Os chineses querem comprar soja mais barata, por isso este investimento na logística brasileira é justificado ? disse Glauber Silveira.