Mesmo com a leve alta, o preço médio de agosto segue firme e foi 18% superior ao do mesmo período do ano passado, em termos reais, com valores deflacionados pelo IPCA de julho. Em agosto de 2010, os preços estavam em queda, por conta do aumento da produção no período.
O maior aumento do preço pago ao produtor ocorreu em Santa Catarina, de 4,6% (ou de 3,7 centavos por litro), com a média a R$ 0,8599/litro. No Rio Grande do Sul, os preços ficaram estáveis com média de R$ 0,7929/litro e no Paraná, recuaram 0,9%, entre julho e agosto, a R$ 0,8554/litro. Em São Paulo, o preço médio se manteve estável, a R$ 0,9244/litro, em Minas Gerais, a média foi de R$ 0,8827/litro, aumento de 1,3% e em Goiás o acréscimo foi pequeno, de 0,8%, para R$ 0,8955/litro. Na Bahia, houve alta de 2,1% (1,5 centavo por litro), com a média a R$ 0,7492/litro em agosto.
Captação
O Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-Leite) desacelerou na região Sul em julho. Na média ponderada pela produção dos três Estados, houve aumento de apenas 1,7% de junho para julho. O motivo para o menor ritmo de aumento foi o clima, com geadas e frio intenso, que prejudicou a produção de pastagens. Com isso, a expectativa de que a safra de inverno de 2011 superasse de 10% a 15% à de 2010, não se concretizará.
Só no Rio Grande do Sul, onde o impacto do clima na produção de leite foi maior, o índice de captação caiu 0,5% no acumulado de janeiro a julho de 2011, em relação a igual período do ano passado. O clima seco no Sudeste e Centro-Oeste e os custos em alta também limitaram a produção de leite nessas regiões.
No geral, o ICAP-Leite aumentou 1% em julho na média dos sete Estados avaliados e, no acumulado de 2011 o índice caiu 2,2% frente ao mesmo período do ano passado. A queda ocorreu, principalmente pela forte retração da oferta em Goiás, de 15% no período.
Para setembro, agentes do setor consultados pelo Cepea/Esalq acreditam que o mercado deva seguir firme pela menor oferta de matéria prima, o que acirra a disputa entre os laticínios. Para o próximo pagamento, 50% dos agentes entrevistados pelo Cepea/Esalq (que respondem por 49% do volume de leite amostrado) acreditam em alta nos preços, enquanto 47% dos agentes (51% do volume da amostra) esperam estabilidade. Apenas 3% dos entrevistados (que respondem por menos de 0,5% do volume de leite) acreditam em queda nas cotações.