? Esta posição abre caminhos para o Brasil lá fora, tanto para que o país tenha projetos próprios e financiamento aprovados, como efetivamente seja ouvido na condução da política do setor ? avaliou Francisco Ourique, presidente da XFor, organizadora do 6º Seminário Internacional do Café, que ocorre nesta segunda, dia 5, e terça, dia 6, no Rio de Janeiro, e que acaba de prestar homenagem a Silva.
O candidato brasileiro e atual diretor do Departamento do Café do Ministério da Agricultura concorre ao posto com G. V. Krishna Rau (Índia) e Rodolfo Trampe Taubert (México). O novo diretor-executivo da OIC será eleito durante a 107ª sessão do Conselho Internacional do Café, programada para 26 de setembro, em Londres.
? Temos um trabalho bastante reconhecido no setor e o Brasil tem um forte número de eleitores por ser o maior país produtor. Estamos, portanto, bastante confiantes, mesmo sabendo que os demais concorrentes são bem fortes ? disse Robério Silva.
Como principal plataforma de sua candidatura, Robério Silva defende a cooperação entre os membros da OIC com foco no crescimento do setor cafeeiro mundial no contexto dos três pilares da sustentabilidade: econômica, social e ambiental.
? Discutir a sustentabilidade no âmbito da OIC é tarefa prioritária ? comentou Silva.
A candidatura de Silva foi oficializada pelo governo brasileiro em 24 de janeiro deste ano na sede da OIC. Economista, Silva já exerceu, por oito anos, o cargo de secretário-geral da extinta Associação dos Países Produtores de Café (APPC), também com sede em Londres. O mais recente brasileiro a ocupar a OIC foi Celsius Lodder, em 2000. Atualmente, o brasileiro José Sette é o diretor-executivo interino. Sette assumiu o posto no ano passado depois que o colombiano Nestor Osório deixou a OIC para representar seu país na Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York.
A OIC é o único organismo intergovernamental a serviço do café, que congrega países produtores e consumidores. A organização foi estabelecida em Londres em 1963, em virtude da grande importância econômica do café na época, com a finalidade de estabilizar o mercado e evitar graves consequências políticas e econômicas em diversos países produtores. A entidade reúne 77 países que representam 97% da produção mundial e cerca de 80% do consumo global de café. O próximo diretor-executivo vai cumprir o mandato de cinco anos entre 2011 e 2016.