Organizada pelo coordenador das Câmaras Setoriais da Secretaria da Agricultura, Dílson Bisognin, a reunião serviu para debater os principais gargalos da suinocultura gaúcha e recolher elementos para o alinhamento estratégico do setor, que hoje enfrenta dificuldades, especialmente pelo alto custo de produção, pelos problemas cambiais decorrentes da valorização do real frente a outras moedas e do embargo russo à importação da carne do Estado.
O produtor Edson Gross, de Santa Rosa (RS), diretor da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul, destacou que o alto preço do milho e da soja, que representam 75% dos gastos com alimentação dos animais, elevam o custo de produção.
? Estamos vendendo o quilo vivo por R$ 1,80, mas nosso custo para produzir este quilo é de R$ 2,50 ? reclama Gross.
Já o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Estado do Rio Grande do Sul (Sips), Rogério Kerber, elogiou a iniciativa que, em sua opinião, permitir estabelecer o foco para a busca de soluções. Para ele, uma das medidas mais urgentes é o Estado tornar-se autossuficiente na produção de milho, seguida do encaminhamento da sustentabilidade ambiental da produção, especialmente no que diz respeito ao manejo dos resíduos orgânicos. Também pregou a isonomia tributária entre os Estados para que o Rio Grande do Sul possa manter a sua competitividade.
O titular da Seapa, Luiz Fernando Mainardi, depois de acentuar a importância da suinocultura para a economia gaúcha, destacou que esta política adotada pelo governo do Estado, de rearticulação das câmaras setoriais, vem produzindo bons resultados para o fortalecimento da economia gaúcha. Mainardi citou como exemplos a Câmara Setorial do Arroz, decisiva para encontrar caminhos que contribuíssem para reduzir os efeitos da maior crise que já se abateu sobre a orizicultura gaúcha, e a da Carne Bovina, que está construindo uma política de valorização da carne gaúcha.
Grupos definem prioridades
Nesta terça, dia 06, foram montados três grupos temáticos que definiram quatro prioridades para cada segmento. Para cada uma destas, os grupos elaboram um projeto com a visão de futuro, objetivos, metas e parceiros.
As propostas foram submetidas ao plenário, aprovadas e, agora, devem constar de documento a ser elaborado para orientar as ações do Programa de Fomento à Suinocultura. Conforme o coordenador das Câmaras Setoriais da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Dílson Bisognin, o nível das discussões foi bastante elevado, resultando na produção de metas que devem ser perseguidas por todos que integram a cadeia produtiva.
Os grupos formados trabalharam questões relacionadas com a sanidade, o mercado e a tributação, e as tecnologias de produção. Os principais desafios são combater a guerra fiscal, aumentar a produção de milho no Estado, melhoria da estrutura de fiscalização sanitária e de educação sanitária, aumentar a produção, dar um tratamento mais adequado aos resíduos orgânicos, entre outros.
De acordo com o secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Luiz Fernando Mainardi, a suinocultura é uma atividade muito importante para a economia gaúcha, pois proporciona cerca de 15 mil empregos diretos e mais de 100 mil indiretos.
? Somos o Estado que mais exporta no Brasil, que é o quarto maior exportador mundial ? informou Mainardi,para destacar a importância do setor para o Rio Grande do Sul.