? O ciclo positivo reforça o quadro de redução do endividamento, recuperação de investimentos na atividade, procura de agregação de tecnologia, renovação das máquinas dos tratores das colheitadeiras, busca de tecnologia e maior apetite para fazer investimentos na propriedade, como o uso a linha de crédito do ABC ? explica.
O secretário se refere ao programa Agricultura de Baixo Carbono lançado para incentivar a aplicação de técnicas sustentáveis na lavoura.
Os números totais foram revisados porque, segundo o governo, as perdas no milho segunda safra não foram tão grandes como se esperava. A cultura foi atingida pelas geadas nos estados do Paraná e Mato Grosso do Sul.
? Inicialmente a gente acreditava que tivesse um efeito bem maior da geada no Paraná, mas acabou não ocorrendo. Nós tivemos uma precaução de não ter um decréscimo tão grande quanto o mercado esperava ? explicou o superintendente de informações do agronegócio da Conab, Airton Camargo.
Em relação ao cenário para safra 2011/2012, Vaz afirmou que as expectativas são também de uma temporada de boa produtividade e produção e que deverá ainda apresentar margens positivas para os produtores, mesmo que os preços fiquem possivelmente abaixo dos que estão sendo praticados em 2011.
? A safra que está sendo plantada dará uma contribuição positiva ao setor em termos de abastecimento e também em termos de contenção dos preços aos consumidores ? afirma.
A produção do milho safrinha deve alcançar 21 milhões de toneladas, apenas 1,6% menor do que na safra passada. Já a previsão para o arroz foi revisada para baixo, em 100 mil toneladas se comparada ao levantamento de agosto. Reflexo da diminuição de área plantada nos estados do Norte e Nordeste. Ainda assim, haverá alta de 16% na produção total do grão. O governo reconhece que os preços seguirão baixos.
? Nós sabemos que vamos ter que intervir no ano que vem, mas esperamos que seja uma intervenção estruturada e abrangendo os diversos problemas que o arroz tem ? afirmou José Carlos Vaz.
A tendência de queda nos preços pode afetar outras culturas, caso a crise econômica mundial se agrave.
? Se essa crise se acentuar e houver um preço das commodities tal qual foi em 2008 e essa se acentuar na safra, será um desastre. Isso é preocupante para o produtor com relação ao que ele espera ganhar ? afirmou o especialista em economia agrícola da UNB, Flávio Botelho.
A produção nacional de grãos durante o ciclo 2010/2011 deve chegar a 162,9 milhões de toneladas, confirmando o recorde histórico previsto nas estimativas anteriores. O volume representa aumento de 9,2% em relação à safra anterior (2009/2010), que registrou 149,2 milhões de toneladas de grãos. A área plantada creceu 5,3%, alcançado 49 milhões de hectares. O bom resultado se deve, principalmente, às condições climáticas favoráveis na maioria das regiões produtoras.