A empresa Citrograf está no mercado desde 1968. Produz e vende mais de um milhão de mudas por ano. Cerca de 30% saem da unidade de Ipeúna, interior paulista. É a segunda maior das quatro que o viveiro tem. O que sai da unidade passa por processos rigorosos para evitar a contaminação e garantir a qualidade do produto para o citricultor. A empresa é a primeira do setor no Brasil a receber certificação ISO 9001.
? É o resultado de muito treinamento, a gente já vem fazendo isso há muitos anos. A ISO 9001 não mudou nosso sistema de produção. Ela só veio consolidar aquilo que nós vínhamos fazendo há alguns anos. Em novembro deste ano, nós recebemos os auditores para certificar todas as unidades restantes ? Relata o diretor da empresa, Cesar Graf.
O cuidado começa na entrada. Todo veículo que chega é higienizado. Funcionários e visitantes tem que tomar banho, deixar objetos pessoais e vestir a roupa da empresa. As mãos são lavadas com uma substância desinfetante e as botas também passam por desinfecção. Um procedimento feito antes do acesso a cada local.
Só depois de todos os procedimentos é que os funcionários são autorizados a entrar nas estufas. Quando os funcionários voltam do almoço, eles tem que lavar as mãos e passar pelos chamados pedilúvios, para desinfetar as botas.
As estufas são cobertas com um plástico que resiste à radiação solar. As plantas são rastreadas desde a germinação até a fase final. Cada muda leva de 12 a 14 meses para ficar pronta. Segundo o diretor da empresa, o custo para produzir dessa forma fica em torno de R$ 4,50 por muda. O preço de venda fica em torno de R$ 5,50, acima da média do mercado.
As estufas podem ter menos mudas para 2012. É o que projeta a Vivecitrus, entidade que reúne 12 viveiros que respondem por metade da produção no Estado de São Paulo. A demanda depende da remuneração do citricultor. O preço da laranja em um ano indica a tendência para o ano seguinte. Segundo a Associtrus, nessa época, em 2010, a caixa estava R$ 16, hoje, está R$ 10.
? Isso já está dando uma esfriada no mercado, já está havendo uma redução nas encomendas de mudas para o próximo ano. Eu acredito que até uns 20% de redução do mercado para o próximo ano ? afirma o presidente da Vivecitrus, Ricardo Krauss.
? Se o mercado citrícola for bem pago, ele permanecerá sempre aquecido. Na hora que você começa a receber pouco pela tua caixa de laranja, você não tem interesse em renovar o seu pomar ? complementa o presidente do conselho da Associtrus, Renato Queiroz.
A expectativa de menor demanda, no entanto, não deve atrasar investimentos, pelo menos entre os associados da Vivecitrus. Segundo o presidente da entidade, todos devem estar habilitados a receber a norma ISO 9001 no ano que vem.
? Eles vão estar todos certificáveis. Eles passam por um processo posterior de auditoria e conseguem a ISO 9001. Mas deste momento até junho de 2012 queremos que todos estejam certificáveis. É um investimento a médio e longo prazo, não é a curto prazo. A intenção é ser diferenciado no mercado de produção de mudas, esse é o objetivo da Vivecitrus ? afirma Krauss.