Linha de crédito Pronaf Mulher ainda é pouco conhecida

Rio Grande do Sul lidera os recursos destinados pelo programaA linha de crédito Pronaf Mulher, criada há sete anos, ainda é pouco conhecida. O Rio Grande do Sul lidera os recursos destinados pelo programa que já mudou a vida de centenas de trabalhadoras rurais.

A produtora rural Maria do Carmo Scheeren e a família trabalham com a produção de leite em Estrela, a 109 quilômetros de Porto Alegre. Há dois anos, reformar a sala de ordenha parecia algo impossível até ela conseguir o crédito de R$ 18 mil.

? Aumentou a produção, aumentaram as vacas, de 15 foi pra 36. Como eu não podia mais tirar no manual, comprei uma ordenhadeira canalizada que foi mais fácil ? conta.

A produtora tem ainda seis anos para pagar os recursos que conseguiu com o Pronaf Mulher. Como ela, outras 391 trabalhadoras rurais foram beneficiadas através do banco Sicredi no Rio Grande do Sul.

O programa disponibilizou mais de R$ 4,5 milhões em seis municípios gaúchos. O valor máximo dos empréstimos é de R$ 50 mil, com 2% de juros ao ano, e até R$ 10 mil de 1% ao ano. A linha de crédito tem até 10 anos de prazo para pagamento, com três anos de carência, podendo chegar a cinco, conforme o projeto.

? As mulheres têm uma condição especial hoje dentro da agricultura familiar, tendo uma linha própria para desenvolver seus projetos. A condição de acesso a esta linha, ela pode obter junto as nossas cooperativas onde é associada e obviamente uma condição primeira além de ser sócia do Sicredi é ter a declaração de aptidão ao Pronaf ? explica o gerente de crédito rural banco Sicredi, Antonio Senger.

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, a linha tem disponível R$ 3 bilhões por ano safra, mas apenas R$ 700 milhões são contratados.

? É preciso que as pessoas envolvidas especialmente no apoio às atividades produtivas geradoras de renda que as mulheres trabalham sejam acompanhadas e informadas, capacitadas. A questão do mercado ainda é um grande desconhecimento por parte das mulheres, a relação aos agentes financeiros também e em muitos casos o próprio processo produtivo. Nem todas as mulheres conhecem todo o sistema de produção que se exige hoje para que a atividade seja rentável ? afirma o diretor do Departamento de Financiamento e Proteção da Produção do Ministério do Desenvolvimento Agrário, João Luiz Guadagnin.