Segundo o analista de mercado Farias Toigo, a tendência é que o cenário para o grão continue alto. No primeiro trimestre do ano que vem, prevê Toigo, o preço do bushel deve atingir a casa dos US$ 9, batendo o até então recorde de 2011, de US$ 8.
Para as indústrias avícola e suinícola, o repasse ao consumidor será a saída para driblar a escalada nas cotações. A Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) projeta aumento já de imediato entre 15% e 20%. Conforme o presidente da Asgav, Nestor Freiberger, o reajuste deve ser decidido nos próximos dias em encontro do setor.
? Não existe frango barato sem milho barato ? avalia.
Apesar de não estimar índices, o setor de suínos também entende o reajuste como inevitável.
? A quebra de safra nos EUA influencia o mercado como um todo. Já estamos trabalhando com uma margem inexistente, pois o milho corresponde a 60% da composição da ração ? afirma o presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Folador.
De acordo com o diretor do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Estado do Rio Grande do Sul (Sips), Rogério Kerber, é prematuro prever preços, “mas não há outra alternativa a não ser o repasse ao consumidor.”
O estoque público de milho no Rio Grande do Sul também está quase no vermelho. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), restam apenas 5,12 mil toneladas para venda a balcão. A promessa da União é enviar ainda este ano 80 mil toneladas, mas só há espaço para 62 mil toneladas.
No entanto, as entidades acreditam que a situação possa ser amenizada, caso haja um aumento na área plantada no Estado, impulsionado pelo preço do grão. Dados do primeiro levantamento de intenção de plantio da safra 2011/2012 da Emater indicam um incremento de 4,86% na área de milho no Estado, chegando a 1,15 milhão de hectare.