Bertone prefere não arriscar estimativas sobre a próxima safra, que será de maior produção, por conta da bienalidade das lavouras de café, que alterna anos de alta e baixa produtividade. Entretanto, ele observa que, além do atraso das chuvas, os produtores também estão apreensivos em relação ao desenvolvimento das lavouras que foram castigadas pelas geadas nos últimos dois meses.
Segundo a Conab, as previsões climáticas para os próximos três meses são de chuvas acima da média no extremo norte de São Paulo, em Minas Gerais, no Espírito Santo e nas regiões produtoras da Bahia, o que irá favorecer o “pegamento dos chumbinhos”. Os analisas da companhia observam que o excesso de chuvas pode gerar uma “desuniformidade nas floradas, o que influenciará o manejo da colheita e a qualidade do produto final”.
A pesquisa da Conab mostra que o parque cafeeiro brasileiro teve uma redução de área neste ano de 1,2%, mas o número de covas de café cresceu 0,5%. Bertone explica que o aumento do número de árvores se deve ao adensamento do plantio nas áreas de renovação dos cafezais. Outro ponto observado na pesquisa é a redução da diferença entre os anos de alta e baixa produção. Bertone diz que isto se deve às variações climáticas e ao fato de alguns produtores optarem por poda severa dos cafezais nos anos de alta produção.
A Conab divulgou nesta terça o levantamento dos estoques privados de passagem de café. Segundo a empresa, o estoque era de 9,238 milhões de sacas, volume 3,29% superior ao do ano passado. O café arábica responde por 89,11% dos estoques privados.