Commodities, alimentos e combustíveis no atacado puxam IGP-10, diz analista da FGV

Entre as commodities, destaques ficaram com as elevações nos preços de soja, café e minério de ferro no atacadoO avanço do IGP-10 de agosto para setembro (de 0,20% para 0,63%) foi causado por uma combinação de elevação de preços de commodities e combustíveis no atacado; e de alimentos mais caros no varejo. A análise é do coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros.

Entre as commodities, os destaques ficaram com as elevações nos preços de soja (4,02%); café (6,88%) e minério de ferro (2,69%) no atacado. Quadros chamou a atenção ainda para o fato de que praticamente todos os combustíveis com maior peso no cálculo da inflação atacadista (que representa 60% dos IGPs) tenham apresentado taxa de inflação mais elevada ou deflação mais fraca. Entre os exemplos mais evidentes estão as movimentações de preços em álcool hidratado (de -0,43% para 6,34%); álcool anidro (de 0,73% para 6,36%); querosene de aviação (de -1,35% para -2,67%); e óleos lubrificantes (para 0,07% para 0,45%).

Um ponto ressaltado pelo economista é a elevação expressiva nos preços do álcool mesmo em período de safra de cana de açúcar.

? É óbvio que há uma redução na oferta na cana ? alertou.

No varejo, o destaque absoluto foi alimentação, cujos preços pararam de cair (de -0,57% para 1,23%). Além de itens in natura com deflação mais fraca (de -6,90% para -1,71%), houve repasses de aumentos de preços de itens agrícolas que estavam em alta no atacado, em agosto e no começo de setembro. É o caso da disparada no preço da carne bovina (de -0,22% para 2,19%) de agosto para setembro para o consumidor.

? Pode ser que, em setembro, os preços dos alimentos continuem a sofrer este tipo de repasse originado do atacado. Isso pode puxar para cima os IPCs dos IGPs do mês, e ajudar a puxar para cima o IPCA de setembro ? afirmou.