No ano passado, a produção chegou a 720 mil toneladas ? ainda assim, 30 mil toneladas a menos do que se previa. A instabilidade do clima é, novamente, a principal responsável pela quebra. Desde que o tabaco foi plantado, em julho, 47 incidências de chuva forte e granizo já atingiram as lavouras dos três Estados do Sul, a maior região produtora do Brasil. Os cálculos da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) indicam que mais de 17,5 mil propriedades rurais foram afetadas com estragos ? algumas com perdas totais.
No entanto, outros fatores colaboraram para o prejuízo do setor. O mês de outubro, marcado por grandes ocorrências de chuva forte, causou o afogamento das plantas e da raiz e impediu que elas se desenvolvessem ou, então, ficassem aquém do esperado. Em novembro, a situação se inverteu: a falta de precipitação por mais de 15 dias consecutivos e o sol intenso, também prejudicaram a planta que estava acostumada à chuva. Sem umidade no solo, o tabaco perdeu qualidade.
Notícias Relacionadas
Os registros que apontam estragos bem menores em 2008 em relação ao ano passado, no entanto, não deixam de preocupar o setor, principalmente porque nem 50% do fumo foi colhido até o momento. Segundo gerente técnico da Afubra, Iraldo Backes, o fim de ano é sempre o período mais arriscado para a planta: quando ela está 100% desenvolvida, mas ainda não foi colhida.
A redução na produtividade, por outro lado, poderá ser positiva para o fumicultor. O diretor-tesoureiro da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado, Amauri Miotto, acredita que a busca pelo fumo brasileiro deve crescer nesta safra, devido à redução na oferta e nos estoques mundiais. Em conseqüência, esta tendência deve elevar o preço pago ao produtor.
