Exportações de etanol poderão desacelerar em 2009

Analista estima que vendas ao mercado externo deverão ficar entre 3,5 bilhões e 3,8 bilhões de litrosEm meio a um cenário de desaceleração da economia mundial e conseqüente retração do consumo, aliado à queda nos preços do petróleo, as exportações brasileiras de álcool em 2009 poderão ser prejudicadas.

? Teoricamente, o petróleo mais baixo poderia reduzir a exportação de etanol e a tendência é que os preços da gasolina sejam reduzidos. De qualquer forma, o etanol é um combustível alternativo que todos têm tentado incluir em suas matrizes para poluir menos, o que lhe favorece. O problema é que estamos numa época de retração de gastos, então temos de acompanhar as ações a serem adotadas pelos Estados Unidos e União Européia em relação ao etanol ? comenta a SLW Corretora.

A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) prevê que as exportações de etanol da região Centro-Sul atingirão 4,2 bilhões de litros até o final de março de 2009, cerca de 35,5% de alta na comparação com a safra 2007/08. Para o próximo ciclo, o analista Peter Ho, da Planner, estima que as vendas brasileiras de etanol ao mercado externo deverão ficar entre 3,5 bilhões e 3,8 bilhões de litros. Considerando esses números, haveria queda de 9,5% a 16,7%.

? Nos Estados Unidos, o consumo já está caindo. Os volumes que estávamos exportando devem ser reduzidos na próxima safra ? prevê.

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, admitiu nesta semana que o governo estuda a possibilidade de rever para baixo os preços dos combustíveis em razão da queda do preço do barril do petróleo no mercado internacional. Segundo ela, com a queda do barril abaixo dos US$ 50, “inexoravelmente” terá de haver uma redução a partir do momento em que o preço do barril se estabilizar. O preço do álcool deixa de ser competitivo se atinge menos de 70% do custo da gasolina.

O analista da Planner avalia, inclusive, que as metas para ampliação da adição de etanol na gasolina comercializada deverão ser revisadas pelos Estados Unidos e pela União Européia, o que deverá adiar os planos das exportadoras brasileiras de aumentar a participação nesses mercados.