Produtores dos EUA apostam na alta das commodities para amenizar turbulência econômica

Estados do Meio-Oeste americano produzem 80% dos grãos do paísProdutores de grão do Meio-Oeste dos Estados Unidos se preparam para a crise que afeta o país. Castigados por um verão quente e seco os agricultores apostam na alta das commodities para amenizar os impactos da turbulência econômica.

O Meio-Oeste americano é uma das áreas mais férteis do planeta. Também conhecida como cinturão do milho e da soja, as propriedades que em média medem 450 hectares, se estendem por Illinois, Iowa, Indiana, Missouri e Ohio. Saem desses Estados 80% dos grãos produzidos no país.

A cada safra, os percentuais de cultivo se alternam dependendo da demanda. Nesta safra, o milho ocupa 75% das áreas, consequência do aumento da procura pelo cereal por criadores de animais que representam 51% do mercado consumidor do milho americano. Em segundo lugar estão as exportações que absorvem 20% da safra.

Mas é o mercado de combustíveis renováveis que mais tem mais atraído os produtores, 18% da produção americana de milho vai para a indústria de etanol, negócio que cresceu muito nos últimos 20 anos. Só que atualmente os produtores estão preocupados, temem que a crise econômica que enfrenta o país leve o governo a cortar os subsídios do álcool.

Segundo o gerente da Dekalb County Farm Bureau, uma associação de produtores rurais do Estado de Illinois, Doug Dashner, é difícil saber por quanto tempo a política de redução de impostos para usinas vai continuar existindo. Ele afirma que é possível que algumas regras mudem, mas ressalta que a base de produção de etanol é boa e que ela vai continuar oferecendo um bom mercado para os produtores de milho.

O otimismo de Doug é o que o leva a acreditar que o campo conseguirá superar as dificuldades econômicas que enfrentam os americanos. Durante encontro com produtores brasileiros o gerente revela que a crise ainda não chegou ao meio rural, mas que já preocupa os fazendeiros. Para Doug o que ajuda a superar este momento é saber que as pessoas continuarão comprando alimentos e que existe uma demanda aquecida por soja e milho para alimentar bovinos e suínos.

A alta no preço das commodities é também o que estimula os produtores que estão tendo problemas por causa do verão seco e de altas temperaturas. Em algumas regiões, as perdas na safra poderão chegar a 25%. A possibilidade de uma colheita menor projeta cotações ainda maiores para a o milho e a soja.

Professor no Parkland College, um espécie de colégio técnico, localizado na cidade de Champaing, no Estado de Illinois, Larry Thurow confirma que os preços da soja e do milho estão em alta e com uma boa lucratividade. Segundo ele foi isso o que levou a uma procura maior por terras na região de Illinois e fez disparar o preço das fazendas no Estado.

O Canal Rural viajou aos Estados Unidos a convite da Caep, uma empresa líder mundial em intercambio no setor agrícola.

– Saiba mais sobre a série de reportagens especiais sobre a produção agrícola no Meio-Oeste dos Estados Unidos