Projeto vai incentivar a criação de marca coletiva para o café

Objetivo é a valorização do grão produzido em diferentes regiõesO governo federal quer delinear um projeto estruturante com foco na valorização das diferentes regiões produtoras. Para isso, na semana passada foi realizada uma reunião, por iniciativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), por meio do Conselho Nacional do Café (CNC), com instituições participantes do Consórcio Pesquisa Café e a Embrapa Café.

Com esse intuito, serão utilizados para o café brasileiro sinais distintivos, como marcas coletivas, indicações geográficas ou marcas de certificação. A iniciativa contará também com a parceria de associações e cooperativas de café e empresas do setor.

Participaram do encontro representantes da Embrapa Café, o gerente geral Paulo César Afonso Junior e os pesquisadores Aymbiré Fonseca e Helena Alves, o pesquisador Sérgio Parreiras, do Instituto Agronômico (IAC), a representante da Confederação Nacional de Agricultura, Maria Carolina Bazilli e técnicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

? O objetivo é planejar e promover uma ação conjunta e articulada para a valorização do café, vinculada às suas diferentes origens geográficas. A ideia é construir um plano de desenvolvimento e utilização de indicações geográficas para a cadeia produtiva do café. Para isso, reunimos pessoas com conhecimento e experiência na cafeicultura nacional para discutir os primeiros esboços desse projeto, que será construído em conjunto ? disse a representante da Coordenação de Incentivo às Indicações Geográficas de Produtos Agropecuários do Ministério, Beatriz Junqueira.

O projeto também pretende diagnosticar as regiões produtoras e identificar aquelas com potencial para utilização dos sinais distintivos. Além de estabelecer estratégias de sensibilização e sua aplicação nos produtores. O intuito é incentivá-los quanto à construção de processos para obtenção de sinais distintivos para seu produto e estabelecer estratégias de apoio para a sustentabilidade da utilização da marca. Produtores devem adotar procedimentos como mensuração dos resultados, gestão, controle e marketing.

Entre os motivos da escolha do café como tema desse projeto piloto, segundo a pesquisadora Helena Ramos, da Embrapa Café, está o fato de o produto ter potencial para esse tipo de trabalho.

? O café tem uma abrangência ampla, pois está presente em vários biomas do Brasil, e tradição na história brasileira e na cultura popular, por sua importância econômica. Há ainda outros fatores, como o crescente movimento de valorização dos cafés especiais, o que deixa evidente a necessidade de se investir na agregação de valor ? afirmou Helena.

O uso dos sinais distintivos melhora a organização dos produtores e a qualidade dos produtos, amplia a renda e o emprego das regiões participantes e promove o setor turístico, histórico e cultural da região.

? Além disso, é evidente o amadurecimento do nível de organização da cadeia produtiva do café, inclusive com a criação da Associação Brasileira das Origens Produtoras de Café ? explica Beatriz.

Ainda será agendada nova reunião para discutir mais pontos do projeto e sua forma de operacionalização.