Produtores do Nordeste apostam na palma para alimentar animais na estiagem

Mês de outubro é a época mais crítica na região por falta de água e alimentoJá começou o período de estiagem em algumas áreas do Nordeste. O mês de outubro é considerado o mês mais quente do ano na região e também a época mais crítica, por falta de água e alimento para os produtores das áreas de sequeiro do semiárido. Para minimizar os efeitos e os prejuízos eles apostam em reservas alimentares alternativas.

A primavera é a estação mais quente do ano e faz com que a estiagem castigue a maior parte do semiárido neste período, onde as folhas caem e só restam os troncos das árvores, numa grande mancha cinzenta. De outra cor, só mesmo os cactos e os pés de macambira.

O produtor José Raimundo Custódio Nunes sempre morou no sertão nordestino e já conhece bem os efeitos devastadores de uma estiagem prolongada. Nesta época, a maior preocupação é em como manter o seu rebanho de 200 caprinos, pois a água e a alimentação são cada vez mais difíceis.

Para driblar os problemas da seca e não ver os seus animais adoecendo e morrendo ele encontrou uma solução que há muito tempo tinha deixado de lado. Com a ajuda de técnicos da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola, a EBDA, o produtor está apostando novamente no plantio de palma.

Depois de muito tempo ele está aprendendo novas maneiras de convivência com o semiárido. E agora, os fatores naturais passam a ser parceiros na hora do plantio.

A variedade de palma IPA 20, além de ser mais tolerante à cochonilha de escamas, ela garante uma produtividade acima do normal. Ela é plantada com as raquetes voltadas para o sol nascente e poente, para que fiquem mais grossas. Também é utilizado adubo orgânico, o que faz com a produção aumente de 200 para 600 toneladas por hectare.

Com a assistência semanal, Raimundo recebeu a orientação e cerca de mil mudas da palma, da variedade, que vão garantir a alimentação do rebanho.Até o fim do ano, a instituição deve distribuir cerca de 24 milhões de mudas da planta para mais de oito mil produtores familiares nas áreas que sofrem com a seca na Bahia.

No caso de Raimundo, que possui um pequeno rebanho, a palma pode ser utilizada como 80% da alimentação dos animais no período mais crítico. E o procedimento é simples.

? É só tirar e dar para os animais que eles comem sem precisar nenhum processamento ? explica o produtor.