O produtor Eliel Silva cultiva hortaliças em Londrina e está produzindo graças ao sistema de irrigação. Com a estiagem, ele passou de duas para quatro irrigações diárias, 20% a mais de gasto com energia elétrica, e a lagoa da propriedade já baixou 30%. Ele ainda tem uma área parada, esperando que chova para plantar alface. O solo seco forma blocos de terra. O agricultor diz que como vai precisar colocar mais adubo, gastará mais e seu produto final ficará mais caro.
De acordo com o sistema de meteorologia da RBS, não haverá chuvas muito expressivas no sul do país neste verão. Uma grande concentração de umidade no centro do Brasil deixará o tempo mais seco na região.
Não há previsão de chuvas regulares, ou seja, em grandes áreas, em boa quantidade e por um período suficiente para umedecer o solo e nutrir as plantações. E se a irrigação é uma saída para as hortaliças, a soja, o milho e o feijão estão em situação mais preocupante. Segundo o Deral, o plantio está praticamente no final. A maioria das três lavouras está na fase desenvolvimento vegetativo, uma das que mais precisa de água.
Em Cambé, o produtor Onivaldo Dante avalia as lavouras diariamente. No milho, o pendão saiu, mas muito pequeno, e muitas plantas nem soltaram espiga. A base revela a requeima, folhas secas por falta de água. Mesmo que chova não há recuperação, e o agricultor calcula que terá perdas em torno de 50%. A soja é mais resistente, porém as plantas, de 60 dias, estão menores do que o normal. Em uma semana o Deral deve divulgar um relatório oficial com os efeitos da estiagem.