O gerente de uma fazenda em São Paulo, Valdecir Castilho, calcula que sua produção seja de 75 toneladas nesta safra. A variedade de pêssego produzida é a aurora, muito vendida para consumo in natura, e cada planta chega a produzir o equivalente a cinco caixas com 30 quilos cada. No entanto, a caixa de pêssego que era vendida a R$ 15 no ano passado, hoje é repassada pelo produtor a R$ 12. Os custos aumentaram, subiram o valor da mão de obra e dos insumos e, por causa do tempo seco, foi necessário gastar também com irrigação.
Além disso, os agricultores dizem que o clima atrasou o desenvolvimento das plantas e isso favorece a concorrência do produto importado.
? A importação é o grande problema do produtor brasileiro e o preço da fruta nacional caiu bastante ? aponta Castilho.
De acordo com o levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Frutas, de janeiro a agosto do ano passado, o Brasil importou quase oito toneladas de pêssego. Neste ano, no mesmo período, já entraram no país 3,6 mil toneladas a mais. O pêssego está entre as dez frutas que o Brasil mais importa.
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No Mercado Municipal de São Paulo são vendidos pêssegos importados de vários países. De junho até agora a maior oferta é do produto que vem da Califórnia. São frutos mais bonitos, vistosos, mas que perdem para os nacionais no preço. Uma banca de frutas vende cinco caixas por semana do pêssego importado, a fruta nacional é comercializada de 150 a 200 caixas.
A preocupação dos produtores brasileiros a partir de agora é com os pêssegos que vem do Chile e da Argentina. O gerente Márcio Gomes é responsável por uma banca no Mercado Municipal e afirma que a oferta destes produtos aumenta sempre no fim de outubro. Como atrasou a colheita brasileira este ano, a fruta importada vai chegar na banca junto com a nacional, e mais barata.
No entanto, Valdecir Castilho acredita que a situação deva melhorar. O gerente de fazenda já plantou mais 2,5 mil pés da planta e espera ser compensado nos próximos anos.
? Esperamos alta no preço do pêssego, e vamos tentar colocar a fruta mais cedo no mercado para que não tenha muita concorrência ? apontou Castilho.
