Na fazenda do agricultor José Aparecido Gazeta, em Diamantino, região Centro-Sul de Mato Grosso, a lavoura de soja ainda não foi semeada, o produtor aguarda o retorno da chuva. No entanto, se a data do início do cultivo da safra de verão ainda é incerta, o futuro de parte da safrinha de milho já está garantido. O agricultor pretende plantar 500 hectares, espera colher pelo menos 35 mil sacas e já negociou 51% da produção prevista durante a compra de insumos.
A venda antecipada supera as expectativas e parece ser o caminho seguido pela maioria dos produtores. Mato Grosso deve colher 8,9 milhões de toneladas de milho e de acordo com o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) mais de 45% da safra já está comercializada.
Os números são expressivos, o Estado nunca teve tamanha antecedência na comercialização do cereal. Não há como traçar comparativos com safras anteriores sobre o volume vendido até agora, já que historicamente, os momentos mais precoces de negociação ocorreram entre um e dois meses antes da colheita das lavouras.
Na safrinha colhida este ano, as vendas só atingiram este percentual entre os meses de abril e maio, época de desenvolvimento da lavoura. A explicação para os negócios estarem tão acelerados é a perspectiva otimista para o milho, tanto no mercado interno quanto no externo. Por outro lado, o produtor rural Altemar Kröling não vai investir toda sua produção no milho, o produtor vai plantar 1.360 hectares de soja e 400 de milho segunda safra. Kröling está animado com o futuro promissor do milho, mas prefere plantar primeiro a soja para só depois pensar na melhor estratégia para a safrinha.
Em Mato Grosso a segunda safra do cereal deve ser semeada até no máximo 28 de fevereiro. Se isso não acontecer a produtividade pode ficar comprometida por conta do regime de chuvas. Em todo o Estado a previsão é de que dois milhões de hectares sejam cultivados com milho na safrinha, um crescimento de 14% em relação ao ciclo anterior.