Os dados sobre a intenção de plantio dos agricultores brasileiros, divulgados nesta quinta, dia 6, pela Conab, mostram que o cultivo do milho nos Estados do Sul vai aumentar em 262,6 mil hectares, para 2,67 milhões de hectares, enquanto a área de soja deve crescer 147 mil hectares, para 9,28 milhões de hectares. O destaque é o Paraná, onde a área de soja deve se manter estável, enquanto a de milho deve aumentar em 122,9 mil hectares (16%), para 890,9 mil hectares.
Silvio Porto observa que outros fatores que favorecem a opção pelo milho é a proximidade dos portos e das empresas que compram o cereal para fabricação de ração animal. O crescimento da área de milho também ocorre em outras regiões, como o Centro-Oeste, onde o cereal deve crescer 23% na safra de verão, para 653 mil hectares. O destaque é Goiás, onde a Conab prevê aumento de 30% no plantio, para 513 mil hectares.
Embora a Conab avalie que os preços do milho sejam fator de estímulo ao plantio neste momento, o diretor da estatal ponderou que as cotações do cereal não devem se manter nos patamares atuais, que ele considera “irreais”, nos próximos meses.
Na opinião de Silvio Porto, o mercado está sendo pressionado por alguns players que formaram estoques e estão segurando o cereal e pela necessidade dos exportadores de cumprir seus compromissos de embarque neste mês. Ele acredita que os preços devam ceder a partir de novembro e, mesmo para o próximo ano, a tendência é de consolidação em patamares mais baixos.
Silvio Porto ressaltou que na primeira estimativa de plantio a Conab não realizou pesquisa de campo em setembro, base para os dados divulgados hoje, o que será feito no levantamento de outubro. Ele lembra que os números são indicativos e que somente em dezembro será possível ter informações mais seguras sobre o plantio. Os cálculos de produtividade, para a projeção da safra, são feitos pela Conab com base nas médias dos últimos três ou cinco anos, dependendo da cultura.