A produção mineira de milho poderá ficar entre 6,7 milhões e 6,8 milhões de toneladas, com aumento variando entre 2,8% e 4,7% em relação à safra anterior. O milho é o principal grão cultivado no Estado. Segundo a assessora técnica da Superintendência de Política e Economia Agrícola da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), Márcia Aparecida de Paiva Silva, o aquecimento das cotações internas vem contribuindo para o crescimento da produção do grão.
? A cotação média do milho aumentou 55,7%, na comparação entre os primeiros noves meses deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado ? calcula.
Outros fatores também explicam a tendência de crescimento do milho no Estado, como os baixos estoques mundiais, aliado à intensa demanda pelo grão.
? A demanda tem sido cada vez mais crescente. A destinação do milho para a produção de etanol, principalmente, pelos Estados Unidos, tem pressionado os estoques mundiais, aquecido as cotações e estimulando os produtores a investirem na cultura ? explica a assessora técnica da Seapa.
Outro aspecto que tem propiciado expectativa positiva para os produtores de milho é o aumento da demanda do produto para a alimentação animal.
? Com a melhora do poder aquisitivo da população, tem aumentado o consumo de proteína animal (carne, ovos, leite e derivados) e o milho é o principal componente da ração de bovinos, aves e suínos ? aponta Márcia.
Outros grãos que registraram crescimento em Minas Gerais foram algodão (entre 0,5% e 4,4%), arroz (até 2,2%), trigo (até 2,3%) e sorgo (entre 0,4% e 0,5%). As condições climáticas favoráveis, sem a influência dos fenômenos El Nino e La Nina, estão entre os fatores que podem contribuir para a consolidação dos números previstos para a próxima safra.
Soja e feijão sinalizam queda de produção no Estado. A produção de soja deve ficar em 2,8 milhões de toneladas, apontando recuo entre 1,5% e 3,5% em relação ao volume produzido na safra passada. De acordo com Márcia Silva, uma das hipóteses para a redução é a substituição das lavouras do grão pelo milho, que apresenta mercado e preços aquecidos. Já o feijão deve registrar uma produção variando entre 579 mil a 583 mil toneladas, com redução entre 3,8% e 3,1%.
O levantamento da Conab foi realizado entre os dias 18 e 21 de setembro. Por estar ainda distante o período de semeadura para as culturas de segunda e terceira safras, os estudos de intenção de plantio não foram realizados, mantendo-se a área cultivada na safra anterior.