Londrina comemora 74 anos de estímulos ao homem do campo

Cidade que teve a prosperidade no café arrasada pela geada, hoje investe em outras culturasAquela que já foi a capital mundial do café completa nesta quarta, dia 10, 74 anos. A cidade de Londrina, no Paraná, viveu o auge da cultura e enriqueceu paulistas, mineiros e cariocas durante três décadas, mas precisou buscar outros caminhos, depois que as geadas fortes e consecutivas destruíram a atividade. Atualmente, a base da economia londrinense é a prestação de serviços, e a agropecuária se mantém firme com a soja, milho e trigo, e com a genética bovina.

Filho de cafeicultores paulistas, Roberto Barros chegou ao norte do Paraná com três anos de idade. Na terra roxa viu o café do Estado atingir 28 milhões de sacas na década de 1960, um terço da produção mundial da época.

A marca do café ainda está pela cidade, como no Cine-Teatro Ouro Verde. O produto, que rendia uma bebida mole e “de primeira”, segundo Barros, permitia o plantio consorciado de outras culturas e uma vida de fartura.

O município foi instalado em 10 de dezembro de 1934, quando o café começava a aquecer a economia da cidade. Foram três décadas de sucesso com o produto, tanto que Londrina ficou conhecida como a Capital Mundial do Café. Mas, em 1975, uma grande geada, chamada “negra” pela sua extensão, dizimou os cafezais da cidade e região. Era hora de inovar, e os londrinenses buscaram o desenvolvimento de outros setores.

Hoje, a prestação de serviços e as universidades ditam o rumo de Londrina. Segundo a Secretaria de Planejamento do município, são quase 500 mil habitantes, uma frota de 220 mil veículos e um movimento de 600 mil passageiros por ano no aeroporto. Ainda assim, a agropecuária mantém sua força.

O campo tem 3,2 mil estabelecimentos rurais, 80% na agricultura familiar. O problema são as estradas que, segundo o secretário de Agricultura do município, Nilson Ladeia Carvalho, têm dificuldades de manutenção devido ao tamanho: os oito distritos de Londrina têm mais de 2 mil quilômetros de rodovias. Carvalho lembra, no entanto, que, apesar disto, a população no campo aumentou, ao contrário do que acontece no restante do país.