O produtor Marco Aurélio Tavares comemora a qualidade do arroz produzido no litoral gaúcho. Ele planta 220 hectares no município de Santo Antônio da Patrulha. E a lavoura tem produzido 66% dos grãos inteiros, enquanto a média do Estado fica em 58%. O produtor acredita que o aumento das exportações pode abrir caminho para a venda de mais arroz branco em um espaço dominado pelos parbolizados.
? O que se nota este ano também é que o arroz branco já representa de 20% a 25% do total de beneficiado que atingiu 65% até agora neste ano. Isso é um nicho importante, principalmente porque a própria cadeia produtiva, a própria indústria investiu muito na parbolização e é um mercado que é limitado. E o arroz branco não, tem um mercado potencial maior e aí evidentemente que tem possibilidade de cobrir um raio de ação no Rio Grande do Sul maior do que basicamente só o arroz parbolizado ? relata o produtor.
Os principais destinos do arroz brasileiro são países da África, como Nigéria e Senegal. A indústria trabalha agora junto com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) para abrir novos mercados no exterior.
? Nós firmamos um convênio com a Apex. Estamos desenvolvendo um projeto para participarmos de feiras no mundo inteiro e levarmos a nossa qualidade, o nosso arroz, o nosso produto a estes mercados. E a gente até se surpreende com países em que se consome arroz ? comenta o vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Arroz (Sindarroz), Helio Coradini.
Para o Instituto Riograndense do Arroz (Irga), é provável que a previsão da Conab para as exportações, de 1,3 milhão de toneladas no ano comercial, seja ultrapassada mesmo que ocorra uma desaceleração a partir de agora.
? Ainda faltam cinco meses de comercialização. A média está em torno de cem mil toneladas por mês. Já embarcaram 1,1 milhão. Tem contratadas a partir de PEP [Prêmio de Escoamento de Produto] 1,4 milhão de toneladas, perto de 1,5 milhão de toneladas. Então acreditamos que devemos passar este número de expectativa da Conab ? conta o presidente do Irga, Cláudio Pereira.