Até janeiro, toda negociação envolvendo contratos futuros do grão previa a entrega física do produto no Porto de Paranaguá (PR). A situação complicava a vida dos produtores do Rio Grande do Sul, já que o local ficava distante. A solução encontrada, explica Caffagni, foi a de trabalhar com a liquidação financeira. Na data do vencimento, em vez de entregar o produto, o investidor faz o pagamento do valor determinado pelo contrato, ficando liberado para vender o grão na cooperativa mais próxima pelo preço à vista.
Negociando contratos futuros de soja há três anos, o produtor e cerealista de Frederico Westphalen, Benoni Sponchiado, comprova que a mudança facilitou e desburocratizou a vida de quem negocia as commodities. Produtor de milho e soja ? em uma área pequena de 25 hectares ?, dono de uma empresa de ração e cerealista, Sponchiado se interessou pelo mundo dos contratos futuros em viagem aos Estados Unidos em 2008.
De volta ao Brasil, buscou formação e passou a negociar em bolsa. Hoje, faz venda futura de soja na bolsa para 68 agricultores da região. Fornece os insumos e trava um valor para a saca, garantindo a venda do grão naquele preço, assumindo para si os riscos. Faz isso sempre sob a orientação de uma corretora.
? O futuro do pequeno agricultor passa por ter uma garantia de preço na época do plantio ? avalia Sponchiado.
Com o preço estipulado pelo contrato, o produtor consegue prever a rentabilidade que terá.