? Queremos construir para o futuro a mentalidade de que o cidadão, preservando, pode ter uma vantagem econômica, e isso será muito mais eficiente do que a mera política policialesca. Se conseguirmos essa mudança, acredito que ela criará uma nova era na política ambiental do país ? disse Luiz Henrique, que ressaltou a parceria com o senador Jorge Viana (PT-AC) para a elaboração do relatório.
Ao apresentar um balanço desse trabalho, o peemedebista destacou algumas medidas importantes, como o controle do inventário madeireiro do país por meio de um cadastro único. Lembrou ainda os esforços para eliminar o impasse em torno da emenda 164, avaliada por alguns como estimuladora de novos desmatamentos e de anistia a depredadores da natureza. Luiz Henrique afirmou que a nova redação para essa emenda “fechou a porta para toda e qualquer hipótese de desmatamento criminoso”.
Ainda de acordo com o relator, procurou-se colocar no projeto uma definição clara para os conceitos de utilidade pública, interesse social e baixo impacto ambiental, as três únicas exceções para a hipótese de nova supressão de vegetação nativa.
Paralelamente, foi estabelecida a impossibilidade de se fazer qualquer regularização de novas supressões após 28 de julho de 2008.
? Reconhecemos as situações históricas e feitas com base na lei da época, como a criação de gado na Ilha de Marajó e do Pantanal, mas essa será a última chance para essas regularizações ? comentou Luiz Henrique, observando que o dono do imóvel com desmatamento comprovado só ficará livre de penalidades se recompuser a cobertura vegetal retirada.
O relator do projeto do Código Florestal ressaltou ainda que “preservação e produção são como irmãos siameses”.
? Não há possibilidade de se produzir eficientemente se não tiver qualidade de solo e de água, e o que garante isso é a preservação florestal. Por outro lado, é preciso atender ao objetivo básico de toda e qualquer política que é o interesse da pessoa humana. O abastecimento da população com produtos agropecuários é condição fundamental para a redução da pobreza e melhoria da qualidade de vida das pessoas ? considerou.