União Europeia propõe manter subsídios para produtores até 2020

Setores de cana-de-açúcar e carnes no Brasil são os mais prejudicadosOs europeus propõem manter os subsídios agrícolas de 2014 até 2020, o que resultaria na distribuição de 500 bilhões de euros. Os setores de cana-de-açúcar e de carnes são os mais prejudicados pelo auxílio ao setor rural concedido pela União Europeia. A avaliação é de professores da Fundação Getúlio Vargas (FGV) de São Paulo. A produção europeia terá maior valor de subsídios para produzir e deve pautar os preços, prejudicando a competitividade do produto brasileiro no mercado internacional.

Segundo o professor Matheus Kfouri Marino, dois fatores favorecem a expectativa de redução nos subsídios agrícolas fornecidos pela União Europeia. O principal é a questão da elevação dos preços internacionais das principais commodities agrícolas. O outro fator é a crise financeira que afeta a Europa e faz com que as principais nações estejam com dificuldade de gerar caixa para manter os seus subsídios.

? A expectativa do mundo todo era de uma redução dos subsídios da União Europeia favorecendo as nações mais competitivas na produção das commodities agrícolas mundiais ? aponta o professor.

No entanto, a reação foi justamente o contrário da esperada. De acordo com Marino, a reação europeia hoje é proteger a produção local para fazer a economia girar. Atualmente, 45% do orçamento do bloco é destinado aos subsídios agrícolas e um terço da renda do agricultor europeu depende desses subsídios.

? O Brasil não tem condições de manter o mesmo nível de subsídios de países como os Estados Unidos e União Europeia e convive em um mercado internacional pautado por preços gerados por essas nações ? explica o professor.

Assista à entrevista de Matheus Kfouri Marino completa no Rural Meio-Dia: