Febre aftosa ameaça rebanho de suínos da China, informa Rabobank

Carne suína pode elevar inflação dos alimentos num momento em que Pequim se esforça para combater alta dos preços pagos pelo consumidorO ressurgimento de uma variante da febre aftosa ameaça os rebanhos de suínos da China e impulsiona os preços da carne, afirmou nesta quarta, dia 26, Chenjun Pan, analista do Rabobank Group. A doença, que afeta muitas partes do mundo que têm grandes indústrias de criação de animais, cria o risco de a carne suína continuar mantendo a inflação dos alimentos elevada, num momento em que Pequim se esforça para combater a alta dos preços pagos pelo consumidor.

? Os estoques de suínos subiram um pouco, mas a doença é bastante séria. Da indústria, nós sabemos que a doença está voltando e pode piorar, dependendo da mudança climática, da vacinação e das medidas sanitárias tomadas pelos produtores ? disse Pan.

Os preços da carne suína fresca no atacado, monitorados pelo Ministério de Comércio do país, caíram 3,7% nesta semana, atingindo um recorde de 26,44 yuans por quilo em meados de setembro (6,35 yuans = US$ 1). Em outubro, no entanto, as cotações ainda acumulam alta de quase 45% na comparação anual, sugerindo que a oferta não melhorou significativamente, afirmou o analista.

? Na segunda metade deste ano, a febre aftosa continuará predominante, especialmente nos rebanhos de suínos que já foram prejudicados no ano passado ? revelou o Sistema Técnico de Produção de Suínos da província chinesa de Hunan, um instituto regional de pesquisa, em um relatório amplamente veiculado por sites da indústria na última semana. Hunan é a maior região produtora de suínos do país.

Autoridades veterinárias da China notificaram na semana passada um surto da doença, que afeta animais de cascos bipartidos, na Região Autônoma de Ningxia à Organização Mundial de Saúde Animal. O país também relatou um surto entre os suínos, caprinos, bovinos e ovinos da província de Guizhou no mês de julho, e entre os suínos criados na Região Autônoma de Xinjiang Uighur em março.

Nas últimas duas semanas, o recuo dos preços dos alimentos sinalizou algum sucesso dos esforços do governo para combater a inflação, que desacelerou em setembro para alta de 6,1% na comparação anual, ante aumento de 6,2% em agosto.

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