Plantio de eucalipto é alternativa de renda no norte do Paraná

Parceira quer garantir a produção de mudas para atender a crescente demanda por madeiraUma parceira entre a Emater e o Sindicato da Indústria de Móveis de Arapongas, no Paraná, quer garantir a produção de mudas de eucalipto para atender a crescente demanda por madeira. Uma oportunidade de aumentar a renda nas pequenas propriedades que estão próximas ao pólo moveleiro do norte paranaense.

Móveis e estofados oferecem conforto mas para isso também precisam ser resistentes. A estética muda conforme a época e as tendências do mercado, e ao longo dos anos a sustentação segue sem alterações: a madeira é fundamental na confecção, na parte interna, e até mesmo dando um toque de requinte ao acabamento.

As indústrias da cidade de Arapongas consomem por ano 120 mil metros cúbicos de madeira. Cerca de 80% da matéria prima vem de outras regiões do Estado. E para abastecer ao pólo moveleiro uma cadeia florestal está sendo estruturada no norte do Paraná.

Viveiro fazem parte de um programa florestal fomentado pela Emater em parceria com o Sindicato da Indústria de Móveis de Arapongas. Ainda nos tubetes é feita a seleção das mudas. Os pés saem com quatro meses medindo entre 15 e 25 centímetros de altura.

? Ficam as que mais se desenvolvem para garantir uma floresta com madeiras de maior qualidade. São mudas certificadas ? explica o extensionista da Emater, Fernando Martin.

As florestas de eucalipto não ocupam o lugar de outras culturas. São implantadas em pequenas propriedades de em média três hectares. O investimento de 12 anos compensa. Em um hectare o rendimento médio é de quase R$ 6 mil por ano. Uma fazenda experimental cultivada na década de 90 comprova que a região tem potencial para reflorestamento.

? A madeira tem qualidade, para quem quiser investir é uma oportunidade ? relata o gerente da fazenda, Marcos Aurélio Tudino.

Por ano cerca de 800 hectares tem sido implantados na região. O crescimento da base produtiva já atrai as serrarias. As toras se transformam em tábuas. As sobras como serragem e cavacos de madeira são reaproveitadas para alimentar caldeiras. O clima da região também favorece a secagem ao ar livre.

O madeireiro Jorge Vilar de Neto trabalha no setor há 22 anos e somente agora atua na terra natal.

? Passei 17 anos em São Paulo. Com madeira aqui a gente tem trabalho. O negócio é bom pra todo mundo, compramos o metro cúbico a R$ 70 e revendemos para a indústria, já beneficiada, a R$ 110.

No norte paranaense já existem seis mil hectares com florestas e seriam necessários 15 mil hectares para autossuficiência para abastecer o pólo moveleiro. No final do ciclo de 12 anos o eucalipto rebrota, e ainda pode gerar lucro como lenha.

? Hoje a madeira para móveis paga 52% a mais que a lenha, e colocamos em áreas que não servem para produção de alimentos, o que agrega valor nas propriedades ? ressalta Martin.