? Com o aumento do tributo (sobre commodities), o setor (primário) não vai conseguir repassar (o aumento) para os preços, já que os preços são fixados pelo mercado internacional. A taxa maior faz com que a rentabilidade (do produtor rural ou do minerador) seja reduzida, o que provoca queda na exportação. Se cai muito o saldo da balança comercial, o câmbio fica desvalorizado, o que beneficiaria a indústria ? explicou o técnico em Planejamento do Ipea e autor do documento Mansueto Almeida.
No entanto, o especialista defende o equilíbrio no aumento da tributação ou na concessão de subsídios, que devem ser feitos de forma cautelosa, para evitar prejuízos à competitividade.
? Qualquer excesso de uma política para modificar preços relativos (das commodities) pode diminuir o crescimento e, assim, inviabilizar todo o esforço de incentivar a indústria ? completou.
Almeida ainda destaca que o país não precisa investir pesadamente em inovação para estimular a produtividade. Para ele, basta utilizar, de forma mais intensiva, tecnologias já existentes, visto que o país está muito aquém dos avanços tecnológicos já usados em países desenvolvidos.
? O maior problema no Brasil é que o custo cresceu muito e a produtividade não acompanhou. Mas não é necessária uma inovação radical para reverter isso. Basta utilizar tecnologias existentes e aplicá-las nas empresas brasileiras, para melhorar o que já existe ? disse.