O trator não parou uma horinha sequer quando o produtor Guilherme Eltin decidiu plantar na lavoura que tem no interior de São Paulo. Ele teve que esperar pelo menos duas semanas antes de colocar a máquina no campo. O tempo estava muito seco ele não quis arriscar.
? Esse milho era pra eu ter plantado nos primeiros dias de outubro. Então, infelizmente, como não chovia, eu não iniciei o trabalho. Não quero correr o risco de plantar em terra seca ? conta.
Com umidade suficiente na terra o produtor espera que as sementes vinguem bem. Nessa safra ele vai plantar milho em 150 hectares. Se o tempo ajudar, em fevereiro ou março, ele deve colher cerca de 22 mil sacas.
O clima e o preço determinam o planejamento que Guilherme faz todo ano. Como muitos produtores, além de milho ele cultiva soja. O que der mais, planta mais.
? Todo ano eu costumo fazer um terço de soja e dois terços de milho. Posso variar um pouquinho, dependendo do preço ? relata.
O produtor aposta que o preço do milho será bom nesta safra. Ele acha que vai conseguir até R$ 26 a saca. Mas tem muito ainda o que acontecer pra que a previsão dele se confirme. Considerando clima e demanda, por conta, principalmente da criação de aves, analistas do Instituto de Economia Agrícola (IEA), que fazem acompanhamento dos preços, dizem que, em área a produção da safra de verão tenha um aumento de 7% a 8%, e em produção, em torno de 11%.
? A grande questão que tem é como isso vai se dar, porque você começa a plantar milho em algumas regiões muito mais cedo e vai até dezembro. Então esse processo vai determinar o tamanho da safra, que deve ser maior ? explica o pesquisador IEA, José Sidnei Gonçalves.