Epamig realiza pesquisas para diversificação da agropecuária no semiárido mineiro

Entre os projetos de estudo está a viabilização do cultivo de morango e oliveirasA Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) está intensificando a implementação de pesquisas voltadas para a diversificação da produção agrícola na região do semiárido. O escritório regional fica no município norte-mineiro de Nova Porteirinha, no centro de uma região onde a fruticultura gera cerca de 60 mil empregos diretos e indiretos e uma receita anual estimada em R$ 403 milhões.

Aliado a projetos voltados para a viabilização do cultivo de abacaxi e maracujá, entre as novidades dos trabalhos que estão sendo executados nos últimos anos está a busca da produção de morango e oliveiras. A região até pouco tempo considerada inapta para a produção de frutas típicas de clima frio e temperado.

O cultivo de palma para alimentação de bovinos na época da seca; dendê e crambe para a produção de biodiesel e o desenvolvimento de variedades de feijão com maiores níveis de produtividade, também estão sendo alvo de estudos por parte de onze pesquisadores que constituem a equipe que atua no norte de Minas e no Vale do Jequitinhonha. A agricultura familiar está sendo contemplada com o incremento da pecuária leiteira e a implantação de hortas agroecológicas, consorciadas à piscicultura e avicultura.

Além de buscar alternativas para a diversificação da produção agrícola regional, pesquisadores e técnicos agrícolas estão trabalhando na consolidação do norte de Minas como grande polo produtor de banana prata e nanica. Neste segundo semestre, estão sendo iniciadas pesquisas voltadas para o desenvolvimento de cultivares de banana que consumam menor quantidade de água, produto considerado nobre na região do semiárido. O principal desafio é aliar a redução do consumo de água com a manutenção de altos índices de produtividade dos bananais, a fim de que a atividade se mantenha economicamente viável.

Atualmente, dados da Associação dos Fruticultores do Norte de Minas (Abanorte) revelam que a área mineira do Nordeste concentra 12 mil hectares de banana, o que torna a cultura a principal fonte geradora de emprego e renda no agronegócio regional. Por meio de pesquisas implementadas pela Epamig, a partir da década de 1970, os produtores rurais consolidaram a região norte-mineira como uma das principais fornecedoras de banana prata para os principais centros consumidores do país, notadamente para Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Salvador. Recentemente, parte da produção de banana passou a ser comercializada também no Norte do país, com destaque para Belém, capital do Pará.

Já os produtores que optarem pela criação de frangos, podem utilizar o esterco para a formação e manutenção de canteiros, além de garantirem a produção de ovos e de carne para subsistência e comercialização do excedente.