? O Brasil aboliu subsídios para o etanol há mais de uma década e eliminou sua tarifa para importação do produto em 2010. Já é hora dos Estados Unidos e da União Europeia fazerem o mesmo para ajudar a posicionar o etanol como commodity global, comercializada livremente ? declarou a representante-chefe na União Européia da União da Indústria de Cana de Açúcar (Unica), Lola Uña Cárdenas, no XIX Simpósio Internacional de Álcool Combustível (Isaf em inglês), realizado em Verona em 13 de outubro de 2011.
A Isaf é uma organização internacional que reúne especialistas, executivos e peritos técnicos de áreas que incluem o etanol combustível, primeira e segunda geração de bicombustíveis, digestão anaeróbica, geração de energia, emissões e questões de sustentabilidade. Em um painel que teve como título “Elimando barreiras: Promovendo o fluxo livre e global de bicombustíveis”, Lola destacou o desempenho ambiental da cana-de-açúcar e apontou que a produção e uso de bicombustíveis continuará se expandindo mundialmente, impulsionada pela demanda de consumidores e por políticas públicas.
De acordo com Lola, diversos fatores estão contribuindo para a comoditização dos biocombustíveis, no momento em que um grande número de países ao redor do mundo está procurando soluções sustentáveis para reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e diversificar suas matrizes energéticas.
? Muitos já adotaram políticas para aumentar o uso de biocombustíveis no setor de transportes. Ao mesmo tempo, empresas internacionais de diversos setores estão também investindo significativamente na produção de biocombustíveis ? afirmou.
Segundo a representante-chefe da Unica, o etanol de cana-de-açúcar oferece excelentes vantagens ambientais e econômicas quando comparado com outros biocombustíveis. De acordo com Lola, ele pode ajudar os países como Estados Unidos e União Europeia a atingirem suas metas de meio ambiente e mudanças climáticas. Ela ainda sugere que os países ao redor do mundo considerem o exemplo brasileiro, eliminando tarifas de importação aplicadas ao etanol de cana-de-açúcar e adotando regras e normas padronizadas para evitar barreiras não tarifárias e distorcivas.
? Ele já ajudou o Brasil a limpar e diversificar sua matriz energética, substituindo mais da metade de suas necessidades por combustíveis. Entretanto, tarifas e outras medidas que distorcem o comércio estão impedindo biocombustíveis como o etanol de cana-de-açúcar de se tornar uma commodity global ? disse Lola.