No levantamento de custos das lavouras da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (Fecoagro), o milho, porém, é a cultura com maior percentual de avanço do lucro ante a safra passada.
? O cenário é mais favorável para o milho, com expectativa de rentabilidade de 30,06%. Isso fez com que os produtores apostassem mais no grão, com aumento de 10% na área ? explica Tarcísio Minetto, técnico da Fecoagro.
Mesmo com as cotações das commodities em alta, os insumos são apontados como vilões do aumento do custo. Fertilizantes chegaram a subir mais de 20%, sob a justificativa da indústria do crescimento da demanda, da logística e do frete. Por isso, quem antecipou a compra reduziu 4% no custo total do milho e 3,6%, no da soja.
Mas, com fatores como o tempo, o aumento da produção global, a oferta da safra americana e a crise na Europa podendo impactar negativamente o milho, a opção de travar os preços pode ser uma alternativa para garantir preço. Conforme Minetto, o ideal é comprometer em torno de um terço da produção.
Com 96 hectares de milho irrigado, Somavilla fez pela primeira vez a venda antecipada, fechando o preço da saca a R$ 24. Depois de 10 anos com resultados quase sempre negativos, na safra passada investiu na tecnologia da irrigação em pivô, colhendo 16 mil sacas. Agora, o agricultor que tem ainda 520 hectares de soja, resolveu dar esse novo passo.
Para o presidente da Cooperativa Tritícola Regional SãoLuizense (Coopatrigo), Paulo Pires, a pouca tradição de venda antecipada no Estado reflete uma ausência de estabilidade na produção do milho, que sofreu um desestímulo “durante anos”. Agora, o uso da irrigação em pivô tem ajudado a reverter essa situação.