A expectativa é de que haja um crescimento de 30% do evento em relação ao do ano passado e que a feira alcance os R$ 100 milhões em negócios, com a venda direta e indireta de animais, maquinários, implementos e financiamentos agrícolas. São 24 leilões programados e participam 800 expositores, com seis mil animais, entre bovinos, equinos, caprinos e ovinos, entre outros.
Segundo Wagner, a Bahia desempenha bem desde a agricultura familiar até o agronegócio.
? A Fenagro guarda uma posição de destaque. Tenho certeza de que a cada ano a gente deve melhorar, mostrar a excelência do negócio que a gente está fazendo, com rodadas de negócios importantes, até porque a agropecuária é uma parte importante da economia da Bahia ? afirma o governador.
Para o diretor da Associação de Criadores de Caprinos e Ovinos da Bahia, entidade responsável pela organização da Fenagro, Almir Lins, a parceria dos criadores com o governo, por meio da Secretaria Estadual da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri), nunca foi tão forte.
? Esta exposição tem o apoio total do governo e da Seagri. Temos muitos trabalhos de melhoria genética apoiados pelo governo, é por isso que a genética baiana é um sucesso em nível nacional ? disse Lins.
Rebanho
A Bahia tem os maiores rebanhos de caprinos e de equídeos do país, o segundo maior de ovinos e o terceiro maior rebanho leiteiro, de acordo com o secretário da Seagri, Eduardo Salles.
? O Estado tem um potencial pecuário maravilhoso, com todas as condições de clima e de solo ideais para a atividade. A genética baiana dos bovinos é reconhecida tanto para a carne como para o leite, assim como a qualidade de nossos ovinos e caprinos. A Bahia é sinônimo de qualidade, por isso nossos leilões atraem a atenção dos pecuaristas do Brasil inteiro ? aponta o secretário da Seagri.
Salles afirma que o governo tem levado melhorias genéticas para os pequenos agricultores familiares.
? Nós temos feito um trabalho muito interessante, o pró-genética, que leva animais de alta qualidade e financiamento a longo prazo para pequenos produtores que façam parte do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) ? disse Salles.
O secretário da Seagri disse que o Estado avança também na inseminação artificial.
Programa Vida Melhor
Outra ação para beneficiar o pequeno agricultor familiar, segundo Salles, é o Vida Melhor, que vai atingir 18 mil pequenos pecuaristas no Estado e abrange sete cadeias produtivas, do leite à pesca.
? Na cadeia do leite, por exemplo, teremos 18 mil pecuaristas que receberão assistência técnica e genética. Vamos cuidar dos tanques de leite, laticínios, para que possam avançar na produtividade e se transformar em uma classe média rural ? afirma.
O produtor José Hilton Magalhães, do município de Sebastião Laranjeira, comprou um trator por meio do Vida Melhor.
? Vai melhorar principalmente na área do gado, vou fazer forragem. Eu tinha muita dificuldade, porque pagava hora de máquina e é muito caro. Agora, a gente já tendo a máquina, a gente mesmo vai trabalhar ? disse Magalhães.
Ele diz que o trator vai beneficiar de 20 a 30 famílias da região.
? Pretendo ajudá-los porque não sou só eu que preciso ? afirma.
Segundo o ministro Afonso Florence, o governo federal financia a máquina e o Governo da Bahia paga os juros, que em outros Estados é de 2% ao ano.
? Assim, os agricultores com menor capacidade econômica adquirem equipamentos, produzem mais alimentos, aumentam sua renda e, com mais alimentos no mercado, reduzem a inflação, garantindo a segurança alimentar para o baiano ? aponta Florence.
Feira Baiana de Agricultura Familiar
Coordenada pela Seagri, a II Feira Baiana da Agricultura Familiar está sendo realizada durante a Fenagro e conta com mostra de produtos, tecnologias, palestras, minicursos e bate-papo tecnológico, além de colocar à disposição dos agricultores uma equipe de técnicos da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA).
A agricultora familiar Nereide Segala, do município de Pintadas (BA), disse que a parceria com o Governo do Estado é fundamental para o pequeno produtor, principalmente na área de capacitação. Ela mostra que fez o dever de casa.
? Nós temos que aprender quatro processos: produzir, organizar a produção, industrializar e comercializar. Precisamos produzir, organizar esta produção em quantidade maior e industrializar para comercializar ? explica a agricultora.
Segundo Nereide, a agricultura familiar produz diversidade.
? E nessa diversidade você consegue construir quantidade. Essa semana eu colhi 11 quilos de acerola, que dá para fazer seis quilos de polpa, que viram 36 litros de suco. É essa a dimensão que se tem quando se começa a organizar ? afirma Nereide.
Participação das Voluntárias Sociais
Outra novidade da Fenagro este ano é a participação das Voluntárias Sociais da Bahia, com um estande onde estão sendo vendidas bijuterias doadas por uma instituição privada. A primeira-dama do Estado e presidente das Voluntárias Sociais, Fátima Mendonça, disse que a entidade participa de tudo o que pode ser feito para a inclusão.
? Estamos vendendo baratinho, porque é isso que importa, a gente participar. Este dinheiro nos serve muito para comprar enxoval, tecidos. A gente faz as coisas como devem ser feitas ? disse Fátima.