? Temos que considerar a possibilidade de uma recuperação da produção de milho nos Estados Unidos, que deve aumentar a área plantada. Isso ajudaria a recompor os estoques do grão no mercado internacional já a partir do segundo semestre de 2012. A produção brasileira, muito grande em 2011/2012, somada a uma forte produção americana pode mudar a perspectiva de rentabilidade para 2012/2013 ? afirma.
No caso do algodão, disse, esse cenário já está configurado. A expectativa é de que na temporada 2012/2013 o mercado da fibra registre ampliação de oferta com manutenção do mesmo patamar de demanda mundial. Pessôa lembra que o consumo foi abalado pela crise e tem se recuperado lentamente.
? Apesar de a demanda per capita de têxteis ter voltado ao patamar de 2008, o algodão perdeu espaço para fibras sintéticas. Houve destruição de demanda por causa dos elevados níveis de preços ? avalia.
Durante parte deste ano, o algodão foi negociado a preços recordes, acima de US$ 2 por libra-peso na Bolsa de Nova York. A demanda segue em lenta recuperação e a expectativa é de que esse padrão não se altere ao longo de 2012, afirmou. Na outra ponta, a produção deve voltar a crescer em 2012.
? Os estoques de algodão, que já estão em recuperação neste ano, devem ser mais elevados ainda na próxima temporada ? salienta.
Pessôa estima que os preços negociados na Bolsa de Nova York possam chegar, em 2012, a níveis entre US$ 0,75 e US$ 0,80 por libra-peso. Atualmente, estão em cerca de US$ 0,91 por libra-peso. Embora a cotação prevista ainda remunere o produtor, aqueles patamares acirrariam a competição com a soja, que ao redor de US$ 11 por bushel ganharia vantagem sobre a fibra.
? Não que o algodão daria prejuízo, mas o nível de investimento que tem que ser feito e o risco que essa lavoura representa sugere que alguns produtores podem deixar de plantar algodão para plantar soja em 2012/2013 ? disse Pessôa.