Preços de terras brasileiras aumentam 18% em 2011 na comparação com ano anterior, diz consultoria

Segundo representante da Informa Economics FNP, não há previsão de baixa, pois proprietários não sentem necessidade de se desfazer de ativos para geração de caixaNa semana passada, um levantamento mostrando a evolução dos preços no mercado de terras foi divulgado pela consultoria Informa Economics FNP. Segundo a pesquisa, os preços das terras brasileiras estão 18% mais altos em relação aos verificados no ano passado. Essa alta está acontecendo há pelo menos quatro anos-safra.

Segundo a diretora de agroenergia da Informa Economics FNP, Jacqueline Bierhals, uma das responsáveis pelo estudo, os preços estão subindo devido ao comportamento das commodities no primeiro semestre, verificados antes da crise na Europa, e de melhorias na infraestrutura brasileira.

– Além das commodities, alguns projetos relacionados à infraestrutura, como instalações de usinas eólicas, ampliação de estruturas portuárias e estradas também colaboraram para uma sustentação bastante grande no preço das terras.

De acordo com Jacqueline, a queda generalizada nos preços das commodities no segundo semestre, causada pela crise na zona do euro, não deve interferir, momentaneamente, na baixa de preços das terras.

– Aqui no Brasil a gente tem a vantagem do dólar compensar um pouco essa perda nas principais bolsas de mercadorias. Se pegarmos, por exemplo, o milho e a soja, que são cotados em Chicago: quando eles passam para real no Brasil, acaba havendo uma compensação. O que a gente percebe é que existe um movimento muito mais rápido para o preço das terras acompanharem a alta das commodities e mais lento para perderem valor. Principalmente em momentos nos quais os proprietários de terras se encontram capitalizados, como é o momento atual.

Para a diretora da Informa Economics FNP, os preços das terras, apesar da crise na Europa, devem manter-se estáveis nos próximos meses.

– Quando existe uma crise mais persistente no setor, a tendência é que os preços das terras caiam em uma velocidade um pouco maior. Como os proprietários vêm de algumas safras bem positivas, não existe uma necessidade imediata de se desfazer de um ativo para geração de caixa. Imagino que, por mais alguns meses, os preços devam se sustentar sem viés de alta, porém, sem grandes pressões de baixa também.

Veja a entrevista completa de
Jacqueline Bierhals para o Mercado & Cia: