Cerca de 40% da safra 2011/2012 de algodão de Mato Grosso está comercializada

No mesmo período do ano passado as vendas já somavam 50%Agricultores de Mato Grosso começam a cultivar a safra 2011/2012 de algodão. Mesmo diante das cotações abaixo das esperadas, a expectativa é de pequeno aumento de área. Já as vendas antecipadas estão em ritmo mais lento que no ano passado, cerca de 40% já estão comercializados.

É hora de tirar a lona do maquinário e conferir os últimos detalhes no ajuste da plantadeira. Em uma fazenda de Campo Verde, os técnicos aguardam a chegada da chuva para dar início ao cultivo do algodão. A previsão é de que os trabalhos comecem ainda esta semana. Serão plantados 2,1 mil hectares na primeira safra. Toda área deve estar semeada até o dia 28 de dezembro.

Em outra propriedade, em Primavera do Leste, o campo já está sendo cultivado. Serão plantadas nove mil hectares, 1,4 mil hectares a mais que na safra passada. O objetivo é produzir entre 280 a 300 arrobas de algodão em caroço por hectare. Mas para isso, o tempo também terá que ajudar.

Em todo o Estado de Mato Grosso serão plantados mais de 755 mil hectares. Um aumento de 4,2% em relação ao ciclo anterior. Na primeira safra devem ser semeados 60% de toda a área estimada.

A safra de algodão começa com aproximadamente 40% da produção prevista já comercializados. Volume inferior ao que estava negociado no mesmo período do ano passado, quando em pleno início de plantio, as vendas já somavam 50%.

Entre os motivos desta queda, está a cotação abaixo da esperada. Em média a arroba da pluma é vendida em Mato Grosso a R$ 52,50. Quase 39% a menos que o valor praticado na mesma época de 2010. Muitos produtores estão aguardando uma possível reação dos preços antes de vender. Nas fazendas é comum encontrar estoques do ciclo passado.

Os associados da cooperativa Unicotton devem cultivar 100 mil hectares do produto. Por enquanto apenas 35% da produção estimada foi comprometida. Bem diferente da fase inicial da safra passada, quando metade da produção já estava negociada.

Além dos baixos preços, os custos da atividade também deixam os produtores em alerta. Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), dependendo da região, as despesas podem passar dos 4, 8 mil por hectare. Para o gerente comercial da cooperativa, Jaison Vavassori, insumos e a escassez de mão-de-obra especializada são alguns dos fatores que ampliam os gastos.

Preocupações a parte, a previsão ainda é otimista. A expectativa é de que a produção de pluma no Estado chegue a 1,49 milhão de toneladas, 12% a mais que o volume colhido na safra passada.