A avaliação de características como níveis de instrução, renda, religião, percepção da vida e preferências políticas, revelou a existência de três grupos bastante distintos dentro da classe média brasileira: a classe C tradicional e as novas C mais e C menos.
O estudo avaliou as características da classe média urbana e rural, mostrando que a classe C rural não está no mesmo nível de ascensão que a classe urbana. A presidente da CNA, Kátia Abreu, avaliou que, para reverter esse quadro, é preciso adotar instrumentos emergenciais. Entre essas políticas, citou o novo modelo de política agrícola, elaborado pela CNA em parceria com o Governo federal, que será implementado a partir do ano que vem. O foco dessa política será garantir renda, fortalecendo e ampliando a classe C rural.
– A meta é que mais produtores que estão na classe D e E possam ser incorporados ao modelo do agronegócio de sucesso – explicou.
Na avaliação da senadora Kátia Abreu, é preciso, também, elaborar políticas que fortaleçam o sistema produtivo em regiões que ainda não encontraram seu potencial produtivo.
– Nós temos, ainda, algumas regiões perdidas, que não encontraram seu negócio certo. E para que nós possamos ter um aprofundamento melhor e maior das terras do Brasil, nós precisamos equiparar minimante essas regiões – afirmou.
Ela explicou ainda que com o estudo será possível elaborar um planejamento geral e outro específico para a produção agropecuária, considerando, em especial, as preferências da classe C.
– Nós temos que conhecer os seus gostos, principalmente no que diz respeito aos alimentos, para que seja possível fazer uma agropecuária minimamente planejada – afirmou a senadora.
Para ela, as políticas públicas precisam ser elaboradas para fortalecer a classe C em função do potencial de consumo desse segmento, característica que não é comum na classe A/B – que têm renda, mas não consegue consumir mais do que já consome – e na classe D/E, cujo consumo está estagnado. Ao divulgar os dados da pesquisa, a senadora Kátia Abreu lembrou que 70% da produção agropecuária brasileira são consumidos no mercado interno.
– Apesar de representar metade da população, o consumo na classe C está restrito a 30%. O consumo nessa classe tem potencial para crescer – afirmou.
A pesquisa detalhada sobre a classe C foi encomendada pela CNA ao Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (IPESPE). O estudo mapeou as aspirações e sonhos dessa classe social que vai responder, apesar de representar 55% da população, em 2011, por 30% do consumo total do país, estimado em R$ 2,3 bilhões.