Pesquisa mostra que chances de melhorar de vida são menores no campo

Confederação Nacional da Agricultura divulgou nesta quinta, dia 8, os resultados do estudoA Confederação Nacional da Agricultura divulgou nesta quinta, dia 8, os resultados de uma pesquisa que revela o que quer e o que pensa a classe média brasileira rural e urbana. O levantamento mostra que as chances de melhorar de vida são menores no campo. Em todo o país, foram ouvidas duas mil pessoas, com renda familiar entre R$1,2 mil e R$ 5,2 mil.

A avaliação de características como níveis de instrução, renda, religião, percepção da vida e preferências políticas, revelou a existência de três grupos bastante distintos dentro da classe média brasileira: a classe C tradicional e as novas C mais e C menos.

O estudo avaliou as características da classe média urbana e rural, mostrando que a classe C rural não está no mesmo nível de ascensão que a classe urbana. A presidente da CNA, Kátia Abreu, avaliou que, para reverter esse quadro, é preciso adotar instrumentos emergenciais. Entre essas políticas, citou o novo modelo de política agrícola, elaborado pela CNA em parceria com o Governo federal, que será implementado a partir do ano que vem. O foco dessa política será garantir renda, fortalecendo e ampliando a classe C rural.

– A meta é que mais produtores que estão na classe D e E possam ser incorporados ao modelo do agronegócio de sucesso – explicou.
Na avaliação da senadora Kátia Abreu, é preciso, também, elaborar políticas que fortaleçam o sistema produtivo em regiões que ainda não encontraram seu potencial produtivo.

– Nós temos, ainda, algumas regiões perdidas, que não encontraram seu negócio certo. E para que nós possamos ter um aprofundamento melhor e maior das terras do Brasil, nós precisamos equiparar minimante essas regiões – afirmou.
Ela explicou ainda que com o estudo será possível elaborar um planejamento geral e outro específico para a produção agropecuária, considerando, em especial, as preferências da classe C.

– Nós temos que conhecer os seus gostos, principalmente no que diz respeito aos alimentos, para que seja possível fazer uma agropecuária minimamente planejada – afirmou a senadora.

Para ela, as políticas públicas precisam ser elaboradas para fortalecer a classe C em função do potencial de consumo desse segmento, característica que não é comum na classe A/B – que têm renda, mas não consegue consumir mais do que já consome – e na classe D/E, cujo consumo está estagnado. Ao divulgar os dados da pesquisa, a senadora Kátia Abreu lembrou que 70% da produção agropecuária brasileira são consumidos no mercado interno.

– Apesar de representar metade da população, o consumo na classe C está restrito a 30%. O consumo nessa classe tem potencial para crescer – afirmou.

A pesquisa detalhada sobre a classe C foi encomendada pela CNA ao Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (IPESPE). O estudo mapeou as aspirações e sonhos dessa classe social que vai responder, apesar de representar 55% da população, em 2011, por 30% do consumo total do país, estimado em R$ 2,3 bilhões.