A produção chinesa de milho e as decisões de compra de Pequim são monitoradas de perto, tendo em vista que um recente déficit de milho elevou os preços globais. A iniciativa do governo impulsionou os futuros da commodity em quase 1% na Bolsa de Commodities de Dalian.
– O governo está certamente reabastecendo os esvaziados estoques, o que foi o único motivo para o rali de Dalian hoje – disse um analista da Shanghai JC Intelligence Co.
O preço de compra de cerca de 2 mil yuans a tonelada fica praticamente em linha com o valor praticado no mercado à vista, entre 2,040 mil e 2,050 mil yuans a tonelada, de acordo com ele.
A colheita recorde de grãos da China neste ano, anunciada na semana passada, foi precursora das fortes aquisições por parte do governo, provavelmente realizadas pela estatal China Grain Reserves Corp., também conhecida como Sinograin. A safra chinesa de grãos em 2011 cresceu 4,5% ante 2010, para 571,2 milhões de toneladas, devido principalmente a um aumento de 8,2% na produção de milho, de acordo com o Escritório Nacional de Estatísticas.
A oferta abundante alivia a pressão sobre as reservas estatais de milho, que estão dramaticamente baixas, uma vez que Pequim utilizou os estoques para conter a alta de preço dos alimentos neste ano. A relação estoque/uso do milho na metade do ano foi de quase 35,7%, bem abaixo de 85% em 2000/2001, mostrou uma pesquisa do Standard Chartered.
Isso levou a Sinograin a acumular cerca de quatro milhões de toneladas de milho norte-americano, de acordo com executivos familiarizados com o assunto. Mas uma grande safra doméstica deu ao governo uma alternativa melhor do que importar. O governo pode avaliar novas compras de milho do mercado local no próximo ano, informou um trader de Xangai.