– Na semana passada, assinamos um memorando de entendimento com a Marfrig. É o passo inicial que culminará com a troca de ativos entre a BRF, cedendo os ativos que estão relacionados no acordo com o Cade e recebendo ativos na Argentina, no Brasil e algum valor em dinheiro – explica.
Com este impedimento de expansão no mercado de carnes, a empresa deve focar suas aquisições na área de laticínios. Segundo o presidente da BRF, José Antônio Fay, a empresa, que já é proprietária das marcas Batavo e Elegê, deve incorporar novas marcas ao seu portfólio em 2012.
– Como nós temos hoje limitações pelo Cade de aquisições na área de carnes, já fizemos duas aquisições e damos um certo foco no negócio de lácteos. Estão, estamos trabalhando a categoria de queijos e iogurtes como principal foco – diz.
A empresa confirmou a construção de uma fábrica em Barra do Piraí, no Rio de Janeiro, com investimento de R$ 70 milhões e capacidade para produzir 15 milhões de litros de leite por mês. Outra ação da empresa será o aumento da presença em mercados emergentes. Na Argentina, por exemplo, a previsão é dobrar a produção de aves.
– O que iniciamos a partir de 2011 foi uma presença de operação também e não só uma presença comercial. Trabalhamos em planejamentos de cinco anos e fizemos esse planejamento no ano passado. Estávamos aguardando essas decisões do Cade para poder implementar mais rapidamente o plano. E, no mercado externo, nosso foco é o emergente – afirma.
Segundo executivos da BRF, a crise econômica internacional deve impactar pouco na demanda por alimentos. Eles também apontam que o consumo no mercado interno deve ficar firme.
– Alimento tem uma característica de sofrer menos em momentos de crise, por ser um item de primeira necessidade. Mas, no mercado interno, nós estamos confiantes e acreditamos que essa crise, apesar de ser relevante, trará pouco impacto à nossa indústria, que cresce ano a ano e sempre acima do Produto Interno Bruto – declara Mello.