Retrospectiva RuralBR: relembre o que foi notícia no portal ao longo de 2011

Código Florestal e crise econômica estão entre os temas de destaqueAo longo de 2011, diversas pautas marcaram o segmento do agronegócio. O RuralBR compilou os temas mais noticiados nesses 12 meses.

Na esfera política, importantes decisões foram tomadas. É o caso do novo Código Florestal, aprovado no plenário do Senado Federal. Em menos de um ano, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento teve dois titulares: Wagner Rossi, que pediu demissão após denúncias de corrupção, e Mendes Ribeiro Filho, que responde atualmente pelo órgão.

No lado econômico, o desempenho da produção foi comprometido pela desaceleração mundial e por episódios como o embargo russo às carnes brasileiras, que se estende há seis meses.

Confira os principais assuntos:

> CÓDIGO FLORESTAL

A polêmica iniciada em 1999, quando o então deputado Sérgio Carvalho apresentou o Projeto de Lei 1876, revogando o Código Florestal de 1965, esteve prestes a se encerrar neste ano. Conhecida como o novo Código, a PL foi aprovada em maio no plenário da Câmara dos Deputados. O texto provocou reações nos setores rural e ambiental, estendendo a discussão sobre o projeto por seis meses. Antes de chegar ao plenário do Senado Federal, o novo Código passou por quatro comissões e sofreu inúmeras modificações. Com 58 votos a favor e oito contra, no início de dezembro, os senadores aprovaram o texto. O retorno ao plenário da Câmara dos Deputados e a sanção da presidente Dilma Rousseff foram adiados para 2012.

> EMBARGO RUSSO

Habituados à instabilidade nas relações comerciais com a Rússia, produtores brasileiros sofreram com uma das mais duras restrições impostas pelo país. Desde 15 de junho, aRússia não importa carne suína, bovina e de aves de diversas unidades de frigoríficos do Brasil. Justificando a medida com a suposta não-adequação sanitária do Brasil, o governo russo mostrou-se resistente até mesmo às missões brasileiras ao país. O embargo impactou diretamente nos desempenhos dos setores envolvidos, principalmente, no de suínos – cujas exportações para a Rússia correspondiam a 52% de todas as vendas para o exterior.

> CRISE NO GOVERNO E 1º ANO DE DILMA ROUSSEFF

Dilma Rousseff assumiu o país com dois estigmas: a de primeira mulher presidente do Brasil e a de herdeira do governo Lula – marcado pelo recorde de popularidade e pelo surgimento de uma nova classe consumidora no país. O primeiro golpe sofrido por Dilma veio em junho: o então ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, principal conselheiro da presidente, pede demissão após denúncias sobre o aumento de seu patrimônio. A partir daí, o quadro ministerial de Dilma jamais seria o mesmo. No total, foram sete ministros substituídos – afastados em decorrência de suspeitas de corrupção ou por desentendimentos. Entre eles, o titular da pasta de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi, entregou o cargo depois de uma série de denúncias, publicadas em veículos de comunicação, sobre a atuação de lobistas no Ministério e pagamento de propina. Em seu lugar, assumiu Mendes Ribeiro Filho.

> FEBRE AFTOSA

Trauma para o Brasil por conta das diversas crises provocadas por epidemias de febre aftosa, a descoberta de um foco da doença no Paraguai pôs a América do Sul em alerta em setembro. Países como Brasil e Argentina suspenderam a compra de animais vivos e in natura paraguaios. Nas áreas de fronteira do Brasil, a apreensão tomou conta de criadores, temerosos em reviver as experiências das últimas décadas, quando, em diferentes episódios, centenas de cabeças de gado tiveram de ser abatidas. Um forte esquema de controle e barreiras foi montado, o que impediu a contaminação do rebanho brasileiro. Em outubro, o Paraguai voltou a exportar.

> PREÇOS DOS ALIMENTOS E CRISE ECONÔMICA INTERNACIONAL

A crise econômica mundial protagonizada pela Europa provocou desaceleração em cadeia nas bolsas pelo mundo. Com a diminuição da demanda, o preço das commodities despencou na segunda metade do ano. Apesar das baixas cotações, a distribuição igualitária de alimentos perpetua-se como agenda para a comunidade internacional. Ao longo de 2011, entidades como a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) intensificaram a campanha pelo combate à fome. Líder na produção agropecuária, o Brasil foi reiteradamente apontado como agente estratégico no abastecimento mundial. Em 2011, um brasileiro foi escolhido como novo diretor-geral da FAO. José Graziano deve assumir nos primeiros dias de 2012.

> ENCHENTES E ESTIAGEM

Além da recessão econômica, as intempéries climáticas mantêm-se como vilãs da produção agrícola brasileira. Já nos primeiros dias de 2011, as enxurradas castigaram o país. O resultado nas lavouras foi a perda de culturas inteiras, a exemplo do prejuízo de sojicultores no Centro-Oeste. Por sua vez, o verão, no fim do ano, traz consigo a estiagem, que já compromete a produção de arroz no Sul.

> COMPRA DE TERRAS POR ESTRANGEIROS

Ao longo de todo o ano, repercutiu o parecer de 2010 da Advocacia Geral da União (AGU) limitando a compra de terras no Brasil com capital estrangeiro. Em 2011, uma subcomissão foi criada na Câmara dos Deputados para discutir o tema. O assunto foi debatido ao longo de seis meses no Congresso Nacional. O deputado federal Beto Faro (PT-SP) apresentou um relatório propondo mudanças no parecer. A votação do texto ficou para 2012. No dia 9 de dezembro, no entanto, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) publicou uma instrução normativa antecipando-se à votação na Câmara. De acordo com o texto, a aquisição, ou arrendamento, por pessoa física acima de 50 módulos e por pessoa jurídica acima de 100 módulos só poderá ser realizada com aprovação do Congresso Nacional.