Chuva traz alívio a cidades em situação de emergência no Rio Grande do Sul

Volume ainda é considerado insuficiente para impedir agravamento dos danosO final de semana trouxe um alento para o campo, choveu em 19 dos 20 municípios em situação de emergência por causa da estiagem no Rio Grande do Sul. O volume, no entanto, não chega a ser significativo para a agricultura, que apresenta perdas irreversíveis no milho e chuva em quantidade abaixo da necessária para o desenvolvimento das lavouras de soja.

Em Passo do Sobrado, no Vale do Rio Pardo, o acumulado entre o sábado e o domingo foi de 35,5 milímetros, o equivalente a 85% da média de dezembro no município, que está em situação de emergência. Nas regiões do centro e no noroeste do Estado, a chuva caiu nas áreas produtoras de soja.

– Com o déficit hídrico que atravessamos, chuvas de até 20 milímetros são boas, porém, não resolvem o problema. Só se fossem índices semelhantes a esses em um período de oito dias, mas não é o que ocorre – explica o pesquisador da Fundação Centro de Experimentação e Pesquisa José Ruedell.

Racionamento não será interrompido no Vale do Sinos

A situação verificada na soja se repete nas lavouras de milho plantadas em um período mais recente, ainda em fase de desenvolvimento vegetativo. No caso das variedades precoces do grão, a perda já beira os 100%.

– Além do milho que resistiu, a chuva é boa para as pastagens do gado de leite – afirma o gerente técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Dulphe Pinheiro Machado Neto.

No norte do Estado, o volume de chuva foi escasso e insuficiente para amenizar os efeitos da estiagem. Segundo o meteorologista da Somar Meteorologia, César Soares, os prognósticos para a primeira quinzena de janeiro não são animadores, apesar de haver chance de pancadas isoladas na região da campanha, no oeste e no norte do Estado a partir de quinta, dia 5. Chuva mais expressiva pode ocorrer na segunda metade do mês.

A precipitação de 100 milímetros e o aumento no nível do Rio dos Sinos – que em quatro horas passou de 1, 4 metro para 2,1 metros – não são suficientes para o fim do racionamento em Novo Hamburgo e São Leopoldo.

– Seria irresponsável parar o racionamento nesse momento. Assim, como sobe muito rápido, o Sinos também baixa rapidamente – explica o diretor-executivo do Consórcio Pró-Sinos, Júlio Dorneles.

De acordo com o encarregado da Estação Meteorológica de Campo Bom, Nilson Wolff, a chuva se concentrou justamente em algumas das cidades mais atingidas pela estiagem.