Apesar de campanha do governo, passageiros desconhecem lista de produtos que não podem entrar no país

Campanha Mala Legal orienta sobre riscos de entrar no Brasilcom alimentos provenientes de outros países como carnes, queijos, frutas e plantasO Ministério da Agricultura lançou a campanha Mala Legal, em alerta ao risco de atravessar as fronteiras do Brasil com determinados produtos trazidos do Exterior. São folders, cartazes e anúncios sonoros nos aeroportos. Carnes, queijos, frutas, plantas, sementes e outros itens de uma lista disponível no site do órgão estão proibidos de entrar no país sem autorização. Nos 171 pontos de fiscalização em aeroportos e fronteiras, os produtos são apreendidos. Somente em Brasília, foram 1,8 mil ocorrên

Apesar da campanha e dos anúncios nos aeroportos, muitos passageiros dizem desconhecer as proibições. A estudante Carolina Pereira relata nunca ter ouvido falar sobre as proibições. Ela mora nos Estados Unidos e visita a família no Brasil com frequência.

– Eu acho que eles deveriam orientar (os passageiros) no momento de sair (do país), na hora em que se compra a passagem internacional – opina.
 
O mesmo ocorre com o médico João Lindolfo Borges, que afirma não ter sido informado sobre as regras.

– Aprendi com a vida, vendo as pessoas serem abordadas, mas nunca fui orientado nem no Brasil nem fora – enfatiza.

Segundo o fiscal federal agropecuário Marco Túlio Santiago, o transporte incorreto destes itens oferecem perigo à saúde, além de ser ilegal. Os alimentos, por exemplo, passam horas sem refrigeração e acomodação adequadas. Eles podem estragar e provocar doenças em quem consome. Ele aponta que pragas de origem animal e vegetal já entraram no país desta forma. E mesmo quem pretende consumir os produtos na cidade pode colocar em risco a agricultura.
 
– Bactérias e fungos são transportados com o alimento. Além disso, há o resíduo. O que a pessoa vai fazer com ele? Vai incinerar? Vai ter um fim concreto? Não. Então, é por isso que é apreendido – diz.

A fiscal federal agropecuária Mirela Eidt acrescenta que, também na página do Ministério da Agricultura, é possível verificar as formas corretas de transporte de bagagem.

– Quanto mais corretamente vier a bagagem e os produtos que serão trazidos, mais rápido é o trâmite de fiscalização e mais rápido a pessoa é liberada – explica.