Índice Ceagesp fecha 2011 com queda de 0,33%

Setor de frutas registrou baixa de 4,91% no acumulado do anoA variação de preço no atacado dos principais produtos comercializados na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo (Ceagesp) apresentou queda de 0,33% em 2011. O setor de frutas registrou queda de 4,91% no acumulado do ano, auxiliando positivamente no controle dos índices inflacionários dos alimentos in natura, informa a Ceagesp. O setor de frutas é o principal segmento em representatividade na cesta de 105 produtos cujas cotações são acompanhadas diariamente pela compan

Coco verde (-28,6%), melão (-14,3%), laranja pera (-17,2%), abacaxi pérola (-14,2%) e manga tommy atkins (-11,1%) foram os principais responsáveis pela baixa no segmento em 2011. Em comunicado, o economista da Ceagesp, Flávio Godas, avalia que o clima favorável, apesar de geadas e estiagens localizadas, contribuiu para uma melhor qualidade das frutas. Além da maior oferta interna, o aumento no volume de importação também favoreceu para a queda dos preços dos produtos nacionais.

O setor de diversos (cebola, batata, amendoim, coco seco e ovos) também contribuiu para a queda do indicador de preço da Ceagesp, com redução de 3,67% no ano. Produtos importantes como batata e cebola estiveram com preço baixo durante praticamente todo o ano.

Em 2011, o setor de verduras teve quedas consecutivas e acentuadas de preço ainda no primeiro semestre, por causa da melhoria das condições climáticas, o que favoreceu a ligeira elevação de 3,50% no acumulado do ano. Já o setor de legumes teve alta durante praticamente todo o semestre, fato que colaborou para que o setor fechasse o ano com elevação de 17,22%. Outro setor que registrou aumento de preços foi o de pescados, que encerrou o ano acumulando alta de 5,97%.

Com a chegada do verão, época de chuvas quase diárias e altas temperaturas, a previsão é de elevação dos preços nos setores de Legumes, Verduras e Diversos. Conforme avaliação de Flávio Godas, a qualidade dos produtos, principalmente das folhagens e legumes mais sensíveis, deve apresentar problemas, acarretando redução do volume ofertado e a majoração dos preços. Em contrapartida, as frutas e os pescados devem permanecer com preços estáveis em janeiro e fevereiro.

O produtor rural Daniel Miqueleto relata que sua propriedade em Louveira, São Paulo, destinou dois terços da produção de uvas para a central de abastecimento nos meses de dezembro e janeiro, na safra 2010/2011. No ciclo atual, entretanto, apenas um terço deve ir para o mercado atacadista, segundo ele.

– A rentabilidade, em função da produtividade que nós tivemos, diminuiu um pouco. Houve uma pequena quebra na região, de cerca de 30% na produção de uva, em função de seca e também de clima frio noturno. Com isso, precisava de um valor um pouco maior para viabilizar a nossa atividade no mercado atacadista – aponta.

Dos quatro hectares, dois têm uvas de mesa, da variedade niágara. O produto representa 30% da receita da propriedade que tem como principal negócio uma vinícola. Ampliar a venda da uva de mesa diretamente para os visitantes foi a alternativa encontrada por Miqueleto para agregar valor. No período de festas de fim de ano, a venda para o atacadista rendeu, em média, R$ 2,80 o quilo. Na venda direta para os visitantes, chegou a R$ 4 reais.

– O preço que a gente vende aqui é o que o atacadista vai vender na Ceagesp. Então, a gente consegue um valor agregado maior vendendo na roça – avalia.

Para o comerciante Mário Benassi, permissionário há mais de 40 anos, 2011 foi um ano difícil. Ele diz ter lucrado menos, uma vez que as frutas foram comercializadas a um preço cerca de 7% mais baixo.

– As despesas subiram muito, tivemos bastante dificuldade, mas sobrevivemos. Minha empresa, de 2010 para 2011, cresceu 20% nas vendas, mas caiu 40% na margem de lucro – salienta.