Produtores em vários países, incluindo os Estados Unidos, responderam aos preços acentuadamente mais altos em julho ao mudar do cultivo de milho para o de soja, afirmou o diretor em uma conferência. Na Bolsa de Chicago (CBOT), as cotações do milho no curto prazo alcançaram um nível recorde de quase US$ 8 por bushel e, desde então, têm operado em torno de US$ 6 por bushel. Nessa quarta, dia 4, o grão fechou cotado a US$ 6,5850 por bushel.
Deverell acrescentou que uma produção maior pode manter os preços sob controle por enquanto, mas os fundamentos em geral são fortes, pois a oferta do milho continua tão apertada quanto nas últimas quatro décadas.
No ano passado, os Estados Unidos, maior exportador de milho no mundo, expandiram a área plantada com o grão, mas a produção caiu devido às condições climáticas desfavoráveis. O país normalmente responde por mais de 50% do comércio mundial de milho, mas este número deve encolher neste ano. Os estoques no final da temporada 2011/12 devem cair para 21,6 milhões de toneladas, ante 28,7 milhões de toneladas em 2010/11.
Perto de 40% da colheita norte-americana de milho é destinada à produção de etanol, segundo Deverell. Com o petróleo acima de US$ 100 o barril e, considerando-se os incentivos do governo, ainda é econômico misturar gasolina com etanol, completou ele.
No entanto, o crescimento do comércio global de milho pode desacelerar, caso os planos da China de ampliar a safra doméstica e reduzir as importações forem bem sucedidos, disse o diretor.
Em abril de 2009, a China se tornou um importante importador de milho pela primeira vez em quase 15 anos. Operadores de mercado disseram que o país pode ter comprado quase quatro milhões de toneladas dos EUA entre março e setembro de 2011. Deverell afirmou que o clima continuará sendo um fator crucial para determinar os preços, que podem subir ainda mais, caso a seca que atinge a América do Sul persista.
O impacto da estiagem no Brasil e na Argentina no tamanho da próxima colheita ainda não está totalmente claro, mas tais condições podem reduzir a produção e impulsionar os preços novamente. A Argentina é o segundo maior exportador de milho do mundo. O país embarcou 15,4 milhões de toneladas no ano comercial encerrado em 30 de julho de 2011, alta de 19% ante 2009/2010, de acordo com o Conselho Internacional de Grãos (IGC, na sigla em inglês).