Países africanos são alternativas de mercado para frigoríficos do Rio Grande do Sul

Embargo da Rússia às carnes brasileiras prejudicou setor que buscou novos compradores para sua produçãoO embargo russo às carnes brasileiras fez os frigoríficos do Brasil perderem o principal importador. No entanto, o problema surgido com a restrição encontrou na diversificação de mercados uma solução. Países como Egito, Angola, Líbia, Ucrânia e Hong Kong se tornaram se tornaram alternativa para o escoamento da produção.

O embargo chegou a assustar o diretor de exportação do Frigorífico Silva, com matriz em Santa Maria, na região central do Rio Grande do Sul, Matheus Corrêa da Silva. Principal importador de cortes dianteiros, a Rússia deixou de ser cliente com a decisão do governo. Países africanos que nem eram atendidos pelo frigorífico viraram os grandes compradores, com destaque para Egito e Angola. Os egípcios, que não tinham negócios com a empresa, se transformaram em principal cliente em menos de um ano.

A Líbia, que também não fazia parte do grupo de importadores, entrou no mercado. Por meio de parcerias, garantiu bons negócios. No Leste Europeu, outro nicho, a Ucrânia passou a importar cortes gaúchos e Hong Kong virou compradora de miudezas, que normalmente não geram boas vendas no Brasil.

O mercado interno também recebeu atenção. Houve fortalecimento, especialmente nos cortes traseiros, como picanha e filé, mais requisitados pelos brasileiros, que têm alto valor de comércio, superior, inclusive, ao dos estrangeiros. Mesmo assim, o fim do embargo é aguardado com ansiedade.

– Estivemos em uma feira na Alemanha e tivemos uma procura muito grande do mercado russo. Eles pagam bons preços. Será um acréscimo grande – diz Silva.