De acordo com Laércio Barbosa, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Leite Longa Vida (ABLV), o aumento é de, em média, 10%.
– As indústrias mais afetadas já soltaram novas tabelas com preços reajustados – afirmou.
De acordo com o executivo, a captação caiu até 20% no Rio Grande do Sul, onde a situação é mais grave. Em Minas Gerais, a redução oscila entre 5% e 10%.
– O problema maior é, sem dúvida, no Sul, que está vivendo a pior seca dos últimos anos. Em Minas, o problema é mais logístico; as chuvas estão impedindo a captação em grande parte das fazendas, especialmente na Zona da Mata – contou.
Ele calcula que, no total, a redução da produção brasileira é de, em média, 7%.
O início do ano é a época em que os preços geralmente caem porque a produção de leite aumenta no Sudeste. Mas neste ano, por causa dos problemas climáticos, o valor do leite está 15% mais ano que no mesmo período que em 2011. A indústria, segundo Barbosa, está pagando entre R$ 0,80 e R$ 0,90 o litro para o produtor.
O clima adverso, na prática, antecipou uma situação que era prevista apenas para março a junho, período entre o final da safra do Sudeste e o início do aumento da produção no Sul.
Mercado
A indústria de longa vida, responsável pelo consumo de 76% de leite fluido no país, calcula ter fechado 2011 com faturamento superior a R$ 10 bilhões. Foram comercializados 5,7 bilhões de litros, total 4% maior sobre 2010.
Laércio Barbosa não forneceu estimativas para o desempenho do setor em 2012, mas disse que a expectativa é positiva por causa do aumento do salário mínimo, que puxa o consumo de produtos básicos.
– Em fevereiro ou março teremos uma perspectiva mais clara para o ano – disse.