Tendo como objetivo garantir o preço mínimo ao produtor, a Conab volta a realizar os leilões de Prêmio de Escoamento de Produto (PEP) e de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro). Marcados para dezembro, estavam suspensos devido a uma denúncia de manipulação, que está sendo apurada pelo Ministério Público e pela Polícia Federal.
Segundo o presidente da Comissão de Trigo da Farsul, Hamilton Jardim, a expectativa dos produtores é muito grande, pois todos estão dependendo desses leilões para vender o trigo.
– A expectativa é muito grande, até porque nós estamos dependendo desses leilões. Acreditamos que, em função dos leilões, o mercado volte ao preço mínimo praticado, porque hoje, como acontece também no Paraná, não conseguimos vender trigo. O Rio Grande do Sul colheu este ano uma safra maravilhosa, com uma produtividade fantástica e, principalmente, com qualidade. Estamos esperando esses leilões que estão para vir, e esperamos que eles sejam semanais.
Ao todo, serão ofertadas 360 mil toneladas de trigo produzidas na região sul do país. A retomada dos leilões era aguardada por produtores como Cristiano Pierdoná, de Passo Fundo. Com produtividade de 2,48 mil quilos por hectare, o agricultor ainda mantém todo o trigo armazenado. As dificuldades de escoamento fizeram o produtor diminuir a área plantada. Dos 220 hectares cultivados em 2010, passou para 140 em 2011.
– Ainda não defini quantos hectares irei cultivar neste ano, mas com a dificuldade de venda, a intenção é diminuir a área ainda mais – explica.
Para evitar que situações como essa se multipliquem, a Secretaria Estadual da Agricultura retomou nesta semana a Câmara Setorial da Cadeira Produtiva de Trigo. O objetivo, segundo o secretário Luiz Fernando Mainardi, é encontrar meios de comercialização e de redução do custo de produção do trigo no Rio Grande do Sul.
Veja a entrevista de Hamilton Jardim sobre
os leilões de trigo no programa Mercado e Cia: