Doux Frangosul rebate suspeitas sobre remessas de dinheiro à matriz, na França

Empresa se manifestou junto ao Ministério Público do RS, após produtores integrados pedirem abertura das contasA reivindicação dos produtores integrados de aves e suínos da Doux Frangosul para que o governo do Rio Grande do Sul realizasse um levantamento da movimentação financeira da matriz da empresa, na França, foi rebatida pela companhia em comunicado oficial ao Ministério Público do Estado. Em nota à imprensa, a Doux Frangosul afirma ter emitido o documento ao órgão nesta quarta, dia 18, no qual se coloca "à disposição para quaisquer consultas". Diz ainda que as operações de remessa de recursos das u

Questionada pela reportagem do RuralBR sobre as dívidas acumuladas com os integrados, a empresa não quis se manifestar. Tampouco emitiu posição a respeito das reivindicações dos trabalhadores em relação às contas da companhia. Ressalta, no entanto, ter informado ao Ministério Público que “todas as remessas são registradas nos balanços oficiais da Doux Frangosul, com fiel observância às exigências contábeis e fiscais previstas nas leis brasileiras, assim como todas as remessas efetuadas pela Matriz à filial brasileira”.

Acrescenta estar disponível também a outros órgãos governamentais “para expor, esclarecer e complementar toda e qualquer informação sobre suas operações contábeis no Brasil”.

Os pecuaristas cobram o pagamento dos débitos da empresa, cujo atraso chega a seis meses. Uma proposta de pagamento de pelo menos um lote de animais em um prazo de 30 dias foi entregue pelos criadores à empresa, na terça, dia 17. De acordo com o presidente da Associação de Criadores de Suínos do Estado (Acsurs), Valdecir Folador, caso a Doux Frangosul aceite o acordo, os criadores suspenderão as notificações de desalojamento de animais. Entretanto, um retorno seria aguardado até o final da tarde desta sexta e, conforme o dirigente, nenhuma resposta foi dada até o momento.

– Não deram sinal de vida e, na minha opinião, nem vão dar. Vamos avaliar a situação, com participação da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag), e conversar com os produtores para ver o que poderemos fazer. Por enquanto, não temos previsão de nada – diz.

As próximas medidas a serem tomadas pelos trabalhadores devem ser definidas na próxima semana.