O segmento agroempresarial ficou com 72,46% dos recursos. Os contratos da agricultura familiar representaram 7,61% do total. O restante, 19,83%, foi contratado em operações para o pré-custeio da safra.
— Bons preços das commodities, renegociação das dívidas, boas produtividades, produção aumentando, isso leva cada vez mais os produtores a buscarem investimentos, e nós podemos apoiar o produtor. Queremos chegar a R$ 3 bilhões em financiamentos, sempre apoiando agropecuária de Mato Grosso — afirma o gerente de mercado de agronegócios do Banco do Brasil no Estado, Anderson Scorsafava.
No segmento empresarial, a maior fatia dos empréstimos foi para as operações de custeio, com R$ 887,09 milhões. Neste item houve crescimento de 24% no volume contratado.
Se por um lado os números apontam o custeio como o principal motivo dos financiamentos, também revelam um aumento expressivo da procura pelas linhas de crédito destinadas a investimento. O volume de recursos liberados no período cresceu 98%, chegando a R$ 379 milhões.
— O produtor está mais capitalizado, conseguiu renegociar parte das dívidas, e está retomando financiamentos para compra de máquinas e bens para a sua produção — diz o superintendente do Instituto Mato Grossense de Economia Agropecuária (Imea), Otávio Celidônio.
Apesar do avanço na contratação de empréstimos junto ao Banco do Brasil, o volume de recursos oficiais utilizados pelos agricultores de Mato Grosso ainda representa pouco diante da real necessidade do setor. Uma estimativa do Imea aponta que dos R$ 7,2 bilhões que devem ser usados para cobrir os custos operacionais da atual safra, apenas 10% serão pagos com recursos oficiais. O restante deve sair de outras fontes, como bancos privados (12%), multinacionais (18%), revendas (25%) e recursos dos próprios agricultores (35%) que devem cobrir a maior parte dos gastos.