– Mas o agronegócio gera recursos, divisas e resultados para o País e acreditam que (o setor) está de barriga cheia -, completou.
Ex-secretário de Agricultura do Estado de São Paulo, Sampaio argumenta que a alta carga tributária do agronegócio reduz a competitividade do setor. De acordo com ele, se segmentos altamente competitivos como laranja, etanol e carnes forem desonerados, o Brasil conseguirá ampliar a liderança. Além da redução direta, o presidente do Cosag/Fiesp sugeriu ainda o abatimento de tributos para empresas que investirem em pesquisa e desenvolvimento.
– Temos empresas sérias de pesquisas, como a Embrapa, a Apta para as quais faltam recursos; poderíamos ter um modelo em que esses recursos para a pesquisa fossem descontados de impostos das companhias – sugeriu.
Sampaio afirmou que o Cosag/Fiesp já conversa com o governo sobre o Plano Agrícola e Pecuário 2012/2013 e que a demanda do setor é pela redução da burocracia em operações de crédito agrícola e agroindustrial. Segundo ele, serão sugeridos a manutenção de programas de financiamento, como a Linha Especial de Crédito (LEC) para a estocagem de suco de laranja, recursos para a estocagem de etanol e redução no preço de insumos. Além disso, a entidade discute com os ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e da Agricultura um pacote de medidas para minimizar a possível queda na renda agrícola em 2013.
Citricultura
Interlocutor entre citricultores e indústria, Sampaio espera que a aprovação do estatuto do Consecitrus (conselho entre produtores e companhias para a discussão de um novo modelo de remuneração da cadeia) ocorra ainda este mês.
– Vamos encaminhá-lo ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e, a partir de março, podemos discutir parâmetros para uma nova forma de remuneração -, disse Sampaio.
Durante a entrevista, ele ainda afirmou que um possível embargo pelos Estados Unidos ao suco de laranja brasileiro por excesso de carbendazim seria negativo para as companhias. No entanto, o presidente do Cosag/Fiesp avalia que as indústrias se adequarão às exigências dos norte-americanos e minimizarão os possíveis impactos para o comércio da bebida.